A partir da tarde desta segunda-feira, o Paraná passa a contar com dois governos – o que sai, de Cida Borghetti, e o que entra, de Ratinho Jr. É que terá início oficial o processo de transição de uma administração para a outra que só tomará posse em 1.º de janeiro, mas que desde já influencia sobre decisões que ainda são de prerrogativa da atual gestão.
Um exemplo da dualidade: Cida Borghetti havia prometido que, tão logo passasse a eleição, voltaria a discutir o projeto de reajuste do funcionalismo. Ratinho pediu que este assunto fosse deixado para o governo dele. Licitações, convênios, lançamentos de obras também entram em compasso de adiamento.
Dá-se no Palácio Iguaçu, a partir das 16h30, a primeira reunião das equipes de transição. São dez membros, cinco de cada lado. Da parte do governo atual, chefia o respectivo grupo o chefe da Casa Civil, Dilceu Sperafico; do outro lado, o chefe é o experiente ex-ministro Reinhold Stephanes, que durante a campanha coordenou a formulação do plano de governo de Ratinho Jr.
A partir deste momento começa a acontecer, na prática, o encontro do ideal com o real. O que foi pensado e prometido durante a campanha passa a ser confrontado com a realidade que o novo governo vai encontrar. E a primeira preocupação neste confronto é saber se os sonhos do candidato caberão nas disponibilidades orçamentárias que o governador eleito terá de enfrentar.
A situação, sabe-se de antemão, não é confortável. Melhor, certamente, do que a de outros estados que mal aguentam pagar o próprio funcionalismo – mal de que o Paraná não sofreu até agora. Mas também se sabe que as despesas obrigatórias consomem quase tudo quanto se arrecada, sobrando pouco, muito pouco, para obras e melhorias nos serviços públicos.
Aumentar a carga tributária, já insuportável, não dá. O jeito é diminuir despesas de custeio, coisa que o governador eleito promete com a reforma administrativa que pretende implementar e que está em fase final de estudos pela Fundação Dom Cabral.
É a partir desta segunda-feira (19) que começa de fato a se delinear a realidade. E começa também a tarefa de “caçar” os culpados.
Cida disse que deixou a discussão do reajuste ao Ratinho pq fez um acordo com ele. E o acordo que ela havia feito com o funcionalismo? Farinha do mesmo saco do Beto Richa, não poderia ser diferente …