Sérgio Moro não é Roberto Carlos

(por Ruth Bolognese) – Está se criando uma grande expectativa sobre a entrevista que o juiz Sérgio Moro dará no programa “Roda Viva” da TV Cultura, no dia 26. É como se a estrela maior da Lava Jato fosse lá para explicar a ousadia e a coragem de prender tanto milionário brasileiro, se ama ou odeia Lula, se o persegue, se adora trocar confidências com Aécio Neves, se vai morar nos States e por aí vai.

Tive uma rara oportunidade de entrevistar Sérgio Moro na TV Mercosul, há uns 10 anos, onde eu e o jornalista César Setti apresentávamos um programa de variedades políticas. Ele ainda não era “O” Sérgio Moro que conhecemos hoje, ainda acreditava no senador Roberto Requião e na época estava inconformado com a varrida por debaixo do tapete dos escândalos do Banestado.

Só o inconformismo com o caso Banestado já daria pano pra manga numa entrevista para a TV. Mas não é que o juiz falou todo o tempo em jurisdiquês, linguagem mais distantes para nós, Setti e eu, que se fosse um chinês falando mandarim daria na mesma. Para os 10 ou 20 telespectadores que deviam assistir ao programa, deve ter sido pior ainda.

Sérgio Moro não cultiva emoções como o Rei. Não tem uma voz tipo Bonner e se refugia nos autos, porque é lá, e somente lá, que um Juiz deve se manifestar.

Que os jornalistas de “primeiríssimo time” que o apresentador Augusto Nunes promete, tenham mais sorte com Moro na entrevista. Se ele mantiver o mandarim, vai dar sono.

1 COMENTÁRIO

  1. Engraçado…ele deve estar sentindo saudades dos holofotes né, ficou viciado na popularidade…pq antes não dava entrevistas, agora que sabe que um monte de gente desconfia dele….deu pra se aventurar na tv ….cadê a discrição? O Duran levou?

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