Sanepar vai gastar R$ 100 milhões em programa de computador

A Sanepar está prestes a gastar R$ 100 milhões na compra de um software para controlar os setores de recursos humanos, contabilidade e financeiro. Nestas quinta e sexta-feira, ocorrerão aos últimas etapas para aprovação do sistema apresentado pelo vencedor no quesito menor preço – a Pelissari Informática S/A. Agora, servidores da própria Sanepar vão ver se o ERP (Sistema de Gestão Empresarial) realmente é o mais adequado para atender às necessidades da estatal.

Fontes internas dizem que gente da cúpula da Sanepar vem insinuando recomendações para que os testes aprovem o software, com urgência. A “recomendação” teria sido feita durante reunião com servidores encarregados de emitir os certificados de aprovação do conceito – o que os co-responsabiliza pelos eventuais desacertos e inadequações que venham ser constatados no futuro. Os funcionários estão se sentindo coagidos.

O pregão (1161/18) que escolheu a Pelissari Informática foi lançado ainda no tempo em que a Sanepar tinha Mounir Chouwiche como presidente, durante o segundo mandato de Beto Richa.

A empresa que venceu o pregão é representante no Brasil da gigante alemã SAP. O temor de técnicos que dominam a área é de, em pouco tempo, a Sanepar se torne “refém” do sistema e se obrigue a contratar outros programas da mesma empresa para que “conversem” com os que precisam ser utilizados por as diversas áreas da companhia. Algo parecido com o que ocorreu tempos atrás com a Copel, que contratou outro parceiro da alemã SAP.

Outro temor é que ao contratar um sistema estrangeiro, a Sanepar vai reduzir o mercado para empresas nacionais e que já desenvolveram Sistemas de Gestão Empresarial que apresentam eficiência e funcionalidades idênticas e a preços muito menores.

Os dois primeiros colocados na concorrência foram a Life Tecnologia e Tech Mehindra. A primeira empresa foi desclassificada por omissões documentais; a segunda, porque fez proposta de preço acima do limite máximo admitido no edital da Sanepar.