Os 80 metros de distância que separam o Palácio Iguaçu da Assembleia Legislativa ficaram mais curtos desde que se soube, nesta quinta-feira, que o ministro do STF Luiz Fux homologou a delação premiada do dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes dos Santos. Os dois lados da praça Nossa Senhora de Salete estão alvoraçados com os próximos passos da Operação Quadro Negro, agora que, com a homologação, o Ministério Público e a Polícia Federal estão autorizados a partir para a ação, com todos os horrores isto pode significar: buscas e apreensões, conduções coercitivas, prisões temporárias e preventivas… aquilo tudo que a Operação Lava Jato já nos ensinou.
Na quarta-feira (2), o Ministério Público Estadual deu uma “palhinha” sobre o envolvimento de figurões do Centro Cívico a partir principalmente de delações do operador do esquema da Quadro Negro, o ex-diretor da Educação Maurício Fanini, de funcionários da Valor e depoimentos de agentes públicos envolvidos. Sete processos foram abertos na instância estadual envolvendo 18 pessoas, das quais o MP espera a devolução de R$ 40 milhões.
Entretanto, a Quadro Negro se desdobra também no âmbito federal por envolver um deputado federal com foro especial no Supremo, e porque, também, parte dos desvios foi de verbas federais repassadas pelo ministério da Educação ao governo estadual. Junto com o deputado federal há uma penca de políticos que acabaram indiciados por conexão: o governador do estado, três deputados estaduais e um conselheiro do Tribunal de Contas, além de figuras menores.
Nunca antes na história do Centro Cívico a proteção de Nossa Senhora de Salete foi tão invocada!