O plenário do Senado Federal rejeitou a recondução de dois integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), os procuradores Lauro Machado Nogueira e Dermeval Farias. Os dois haviam votado contra aabertura de processo administrativo disciplinar contra o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná. A recondução da dupla foi rejeitada por 36 votos contra, 24 a favor e uma abstenção. Machado foi indicado pelo Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG).
O senador Randolfe Rodrigues, disse, em plenário, que o resultado da votação representa uma retaliação ao trabalho desenvolvido no Ministério Público. “É uma retaliação indevida, que lembra os piores momentos desta Casa. Esta Casa viveu momentos tristes em sua história. Sinceramente, eu espero que esses momentos tristes não estejam sendo recapitulados”, disse. Três reclamações foram apresentadas contra Dallagnol no CNMP. Uma foi impetrada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, após declarações em que o procurador diz que ministros do Supremo “mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”.
A segunda foi apresentada pelo senador Renan Calheiros, que acusa Dallagnol de interferir nas eleições do Senado. E uma terceira por conselheiros que representam a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nesta última, o procurador é acusado de violar a lei durante sua atuação na Lava-Jato. As acusações são baseadas em mensagens reveladas pelo The Intercept que foram trocadas por ele, pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro (quando era juiz) e outros integrantes do Ministério Público.
Querem que investigados, enrolados em corrupção votem a favor da moralização? Claro que não, se depender deles colocam a justiça na cadeia e eles vão surfar no Caribe.