No dia 26 serão abertos os envelopes e se descobrirá que empresas vão prestar serviços de coleta, transporte e deposição do lixo de Curitiba. As ganhadoras vão se habilitar a ganhar R$ 1 bilhão pelos próximos cinco anos dos cofres municipais.
A licitação se faz porque está vencido e já em regime emergencial o atual contrato com a Cavo, mesma empresa que opera em Curitiba desde a gestão do prefeito Cassio Taniguchi, no fim dos anos 1990.
Nesse meio tempo, a Cavo foi vendida para a Estre, que mantinha contrato para administrar o aterro sanitário em Fazenda Rio Grande desde que foi encerrado o problemático aterra do Caximba.
Há possibilidade de outra companhia vencer a concorrência? Claro que há, mas também pode acontecer o mesmo fenômeno estranho que marcou a concessão do sistema de transporte coletivo de Curitiba em 2010: ganharam basicamente as mesmas empresas de ônibus que há 50 anos exploravam o serviço na capital. Por quê? Porque elas já possuíam veículos adaptados para trafegar nas canaletas; porque não precisavam pagar o valor da outorga (trocado pelo que a prefeitura lhes devia); porque não precisavam fazer novos investimentos em infra-estrutura (garagens, equipamentos etc.); porque não precisavam arcar com despesas trabalhistas com a demissão de seus milhares de empregados… Seria impossível empresas novas conquistarem o mercado.
A atual situação do lixo se assemelha muito com a do transporte coletivo em 2010.
O que faz muita gente acreditar que, pelos termos do edital de licitação, se sagrará outra vez vencedor o grupo Cavo/Estre.
E não é que se esteja pensando tratar-se de um jogo de cartas marcadas. Mas façam suas apostas.