O ex-governador Beto Richa gravou 2m22s para o vídeo da propaganda eleitoral gratuita que foi ao ar esta noite (17). O tempo equivale ao total disponível para os dois candidatos da coligação, ele pelo PSDB e Alex Canziani pelo PTB. Richa esperava preencher todo o espaço como forma de ver restituídos os tempos que perdeu enquanto estava sob prisão provisória, na semana passada.
Entretanto, a coordenação da campanha – encabeçada pela candidata ao governo Cida Borghetti (PP) – dividiu o espaço entre seus dois candidatos; 1m11s para cada um.
Com isso, o ex-governador não pôde passar toda a mensagem que pretendia levar aos eleitores não para se dizer inocente, mas para dizer que espera que a Justiça o declare inocente. Mantém a sua candidatura ao Senado para ganhar ou perder.
A defesa de Beto Richa, patrocinada pelo escritório do advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira – o mesmo que atuou também nos tribunais superiores pela manutenção do direito de Lula se manter candidato a presidente – requereu ao TRE a devolução dos tempos que lhe foram retirados “capricho de alguns membros da coligação”. A juíza Graciane Lemos concedeu liminar também neste sentido.
Em sua primeira aparição no horário eleitoral desde que foi preso pela operação “Rádio Patrulha”, do Gaeco, que investiga suspeitas de fraude em obras de estradas rurais, o ex-governador Beto Richa (PSDB) reafirmou que mantém a candidatura ao Senado e que sua família teria sido vítima de “um estado policial” que querem implantar no Estado. No início da noite, a coligação que apoia a candidatura à reeleição de Cida Borghetti (PP) para o governo anunciou a decisão de afastar Richa da chapa, após pedido da própria governadora.
“O que aconteceu comigo, com a minha mulher Fernanda e meu irmão José Richa Filho, constitui, como reconheceu o próprio Supremo Tribunal Federal um ato de violência cujo viés político é muito claro. Queriam atingir a minha candidatura ao Senado. Queriam liquidar a minha trajetória política. Queriam me destruir moralmente há muito tempo”, afirmou.