“Prefeitura deve construir casas, não derrubá-las”, diz João Arruda

Em live nas redes sociais nessa quinta-feira (8),  o candidato João Arruda (MDB) transmitiu do CIC a história de Clerickson e sua família, que tiveram a sua casa derrubada pela Prefeitura de Curitiba no dia 11 de setembro, em plena pandemia do coronavírus. Para especialistas, a ação da Cohab,com  quatro viaturas da GM, uma patrola e uma retroescavadeira, é completamente ilegal. “Eles chegaram sem nenhum mandado e dizendo que iam derrubar a casa. Quando eu cheguei, estava tudo no chão. Eu fiquei sem chão, sem nada” disse Clerickson.

Clerickson perdeu o emprego e por conta da pandemia, voltou a morar com a irmã no terreno onde a família reside há 30 anos. Mesmo durante a crise provocada pela covid-19, ele conseguiu juntar dinheiro através de três trabalhos informais (pizzaria, barbeiro e uber) e sua irmã sugeriu construir sua própria casa nos fundos.

“O Clerickson é um exemplo do povo que está lutando nesses tempos de pandemia, de desemprego, e do abandono da prefeitura”, lamentou João Arruda que anunciou que vai organizar uma vaquinha virtual para ajudar na reconstrução.

A demolição da casa pela prefeitura foi realizada quando Clerickson estava trabalhando e ocorreu de forma violenta, com guardas municipais armados, ameaças de prisão, detenção do cunhado de Clerickson, e de até levar uma criança, sobrinho de Clerickson, no Conselho Tutelar. “A guarda municipal nunca serviu para isso, deve proteger o patrimônio da cidade, um papel social importante. A prefeitura deveria estar construindo casas populares, não demolindo elas” afirmou João Arruda.

Violência Social – “Eu me senti muito constrangida, impotente, sem força nenhuma para poder ajudar e consegui fazer algo para que aquelas autoridades policiais parassem o que eles estavam fazendo”, conta Márcia, mãe de Clerickson, que estava presente na ação junto a sua mãe, filha, genro e o dois netos de apenas 8 e 3 anos.

“Eu comecei a gritar e pedi, falei “poxa moço como você vai derrubar a casa que a gente tá sofrendo para construir nessa pandemia ” e eles falaram que só estavam cumprindo ordem e que se eu não calasse a boca, eles iam me prender. Um sufoco assim, a gente tá sofrendo, na verdade até hoje eu não consigo nem dormir. Foi muito triste, eles trataram a gente como bandido sabe? E eu, que já tenho 70 anos, não esperava passar por isso”, disse dona Diralda, vó de Clerickson.

“O guarda municipal estava alteradíssimo, falando que era para a gente sair da frente, falando que levar todos nós presos por desobediência, por desacato e até o meu filho ele iria levar para o conselho tutelar agora e depois do acontecido com meu marido meu filho não gosta mais de policiais”, relatou Laryssa, a irmã de Clerickson.

O marido, conforme imagens mostradas durante a live, sofreu um mata-leão por dois guarda municipais, foi detido e está respondendo uma ação no Fórum de Caiuá.

Ação Ilegal – A demolição foi decorrência de uma ação extrajudicial movida pela Cohab, dona do terreno, que alegou que a construção caracterizava esbulho (quando alguém toma posse de maneira violenta), o que não se comprova pois a irmã, beneficiária do programa de habitação popular municipal, autorizou a construção.

A família só foi notificada quando a casa estava 80% pronta. “Eles teriam o direito de reivindicar junto ao órgão, o direito de legalizar a área, e não receber essa afronta que foi, então a gente fica sem ação até porque o poder público tomou uma atitude muito irregular” destacou Onofride Ribeiro, projetista e membros de movimentos sociais por moradias populares, durante a ‘live’.

“Essa ação foi uma afronta as leis do município e até mesmo às leis federais, a regularização fundiária é um direito social independentemente se a área é pública ou não ela é social, o que eu vi foi uma ação do poder público à revelia, por razões desconhecidas, pelo que a gente tem conhecimento, eles já ocupam essa área há 20 anos” completou Ribeiro, que está auxiliando o projeto de habitação do Plano de Governo de João Arruda.

“De cada oito famílias de Curitiba, uma está na fila da Cohab, a atual gestão não construiu nem 500 casas, nós pretendemos realizar um grande projeto de regularização fundiária e construir 10 mil casas populares nos próximos quatro anos. E não só a regularização, mas também a questão do saneamento, do asfalto que não chega em muitos bairros da cidade, nós vamos trabalhar isso junto. A Cohab voltará a construir casas e nunca mais vai derrubar nenhuma”, disse João Arruda.

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