O ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, procurador da República Deltan Dallagnol, apontou nessa segunda-feira (8) risco de “retrocesso” no combate à corrupção no País, após a decisão do ministro do Supremo Tribunal (STF) Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos processos da operação na Justiça Federal de Curitiba. Em nota divulgada nas redes sociais, Dallagnol argumenta que a condução dos casos em Curitiba foi decidida “’n’ vezes pelos tribunais” e que a operação “seguiu as regras do jogo então existentes”.
Dallagnol aponta que recentemente, o STF retirou de Curitiba casos envolvendo políticos do MDB em corrupção na Transpetro. E que “embora então vencido, o Min. Fachin entendeu que o Tribunal precisava ser coerente e ‘apartidário’, aplicando o mesmo entendimento ao ex-presidente”.
“Concluímos que ele (Fachin), apesar de entender de forma diferente, aplicou o entendimento estabelecido pela maioria da 2ª Turma do STF”, avaliou o procurador. Dallagnol critica no texto o sistema de Justiça que, segundo ele, “rediscute e redecide (sic) o mesmo dezenas de vezes e favorece a anulação dos processos criminais”, e que esse sistema “precisa de aperfeiçoamentos”.
“Processos envolvendo o ex-presidente serão retomados em breve em Brasília, mas com reais chances de prescrição. Várias questões serão rediscutidas nos tribunais. Nada disso, contudo, apaga a consistência dos fatos e provas, sobre os quais caberá ao Judiciário a última palavra”, alega Dallagnol. (Do portal Bem Paraná).