Procon e o Ministério Público precisam se pronunciar sobre mais uma invenção do prefeito Rafael Greca: desde 3 de junho passado, quem comprou créditos do cartão-usuário do transporte coletivo de Curitiba só tem um ano para utilizá-los. Depois disso, mesmo se houver saldo no cartão, este saldo perde validade.
Digamos que você vá hoje à Urbs e compre R$ 425,00 em créditos, o que que daria direito a 100 viagens de R$ 4,25 cada uma. Durante um ano, contudo, você só fez metade das viagens previstas e, portanto, teria um saldo de R$ 212,50, certo? Esqueça desse saldo: 12 meses depois o dinheiro que você adiantou para o sistema e que a Urbs já fez (hipoteticamente) bom proveito, não vale mais nada.
É justo? É legal? Pergunte à diretora do Procon Cláudia Silvano, aquela que vai à entrevista matutina de televisão ainda vestindo o pijama. É bom fazer a mesma pergunta também ao Ministério Público Estadual, que nunca dorme.
A validade dos créditos por apenas um ano é novidade em Curitiba. Antes, eles valiam por cinco anos. O prefeito acha que comprar créditos adiantados é o mesmo que “investir”, como quem quem aplica numa poupança. Mas esquece que a Urbs é a maior beneficiária: recebe antes e não se obriga, depois, a prestar o mesmo serviço.