O silêncio dos inocentes nos dois discursos

O presidente eleito Jair Bolsonaro leu o discurso da vitória na garagem de sua casa num condomínio da Barra da Tijuca, no Rio. Ao longo de dois minutos, falou em paz, conciliação, em medidas rigorosas que pretende tomar e criticou o passado responsável pela crise. No fundo, não falou para o Brasil mas para seus próprios seguidores.

E nenhum momento se referiu nominalmente ao adversário Fernando Haddad. Quando pôde, deu indiretas à campanha de desconstrução de que teria sido vítima ao longo da campanha.

Haddad também falou para os seus no “discurso da derrota” num hotel em São Paulo, onde ele e companheiros acompanharam a apuração. Lamentou o enterro do projeto de nação do seu partido e do que pregou durante a trajetória de sua candidatura. E pediu que todos se mantivessem vigilantes quanto ao que pode vir pela frente.

Em nenhum momento se referiu nominal ao adversário vitorioso, Jair Bolsonaro. Nem mesmo para desejar-lhe sucesso no governo.

Dos dois lados, ouviu-se o silêncio dos inocentes.

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