(por Ruth Bolognese) – Os cuidados que o senador Alvaro Dias sempre teve para preservar a juventude foram alvos de memes nas redes sociais desde que saiu candidato à Presidente. Poderiam ter se tornado folclore de um candidato bem sucedido e tudo estaria resolvido. Bom discurso ele tem. Carreira vitoriosa, idem. Ficha limpa, também.
Hoje, na entrevista dos candidatos promovida pela rádio CBN e G1, Alvaro falou por uma hora com conhecimento de causa sobre a crise brasileira e soluções rápidas, mas viáveis numa agenda econômica conservadora. Nada de aventuras radicais, nem à direita , nem a esquerda.
Eis, portanto, um perfil que poderia ter agradado ao eleitorado brasileiro. Alvaro culpa a falta de oportunidade de expor seu pensamento na TV Globo principalmente, onde foi vetado para a entrevista com os candidatos.
É muito pouco para justificar os baixos índices (em torno de 3%) que ele vem apresentando nas pesquisas.
Como diria FHC, “são muitas variáveis”. Mas faltou a Alvaro, sobretudo, aquela característica básica de liderança política que muitos chamam de carisma, outros de empatia, alguns de estrela que brasileiros como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitsechek, Fernando Collor, FHC, Lula e até Jair Bolsonaro apresentaram em algum momento da história.
Algo que Geraldo Alckmin não tem, assim como Alvaro. E nenhum paranaense até agora.
O que faltou para o Alvaro foi um partido. O que sobrou foi a indecisão do seu irmão Osmar.
Álvaro tem um discurso que parece ter sido guardado num pote Tupperware lá pelos anos 80, começo dos anos 90. Já fez sucesso. Mas o estilo e o conteúdo parecem anacrônicos. Ainda que alguns políticos ainda sobrevivam com clichês surrados. No caso do Álvaro há que se reconhecer também que o Paraná não é um estado protagonista, do ponto de vista político. Perde para Alagoas, goste-se ou não. Empata com Goiás e Espírito Santo.
Perfeito o seu comentário!
Político de gabinete e discurso na mídia; depois de eleito, longe do povo. Sem falar na auto-suficiência, na empáfia. O país é muito grande e diverso para quem se julga aprioristicamente o bambambam do pedaço.