(por Ruth Bolognese) – Em longa entrevista ao portal UOl, o procurador regional Carlos Fernando dos Santos Lima justifica atos que geram críticas às delações premiadas como um comportamento dos afobados. E compara até com o exemplo do jornalismo, profissão que, segundo ele, se afoba na pressa de informar.
Diz o Procurador: “é natural, acho que até o jornalista compreende bem isso. Você está diante de uma situação, de ter aquela reportagem, aquela denúncia, mas talvez não seja aquela (ênfase) que poderia ser, se tivesse um pouco mais de cuidado. O problema são as colaborações mal feitas, não ilegais, e que geram críticas ao instituto (da delação).”
No caso do exercício do jornalismo, a afobação pode produzir equívocos, de fato, e corrigidos com o mesmo imediatismo. No caso das delações, a afobação pode acabar com uma carreira política ou empresarial, prender, acusar injustamente, demorar anos para ser devidamente reparada.
A comparação do procurador é infeliz, pela condição essencial tanto da consequência como da responsabilidade direta. Quando se afoba, o procurador pode ser, no máximo, criticado. O jornalista, ao contrário, é vítima de processos na justiça e se vê a mercê de decisões incompatíveis com a liberdade de imprensa, garantida na Constituição.
Ambos são extremamente lesivos, por descuido, afobação ou mesmo má índole e interesses excusos. Trabalhando em conjunto então, em sinergia destrutiva, faz o que vemos no nosso Brasil atual.
INFELIZ a comparação….. pela simples razão…um representa o ESTADO, a constituinte deu-lhes uma grande atribuição….. e outro o jornalista pode representar diversos interesses…vide o pessoal da Globo….
Eu queria mesmo é saber detalhes do caso Banestado, será que alguém sabe?
Quantos ja tiveram suas vidas destruidas por manchetes nas primeiras páginas que se provarem erradas?? Inúmeras vezes isto aconteceu. Então a comparação é válida sim. Desculpe Dona Ruth, mas o procurador esta certo na comparação.
Dona serpente agora defende os “coleguinhas”! Esses não precisam nem de fatos para denegrir. Só de ouvir falar já preparam a pena pesada para destroçar reputações. Se não for verdade? Pouco importa! Importa é a “notícia” e sua repercussão! As vítimas que se virem! E o MP? Enquanto não explicarem os auxílios isso ou aquilo, não podem receber salvo conduto para errarem tanto como vem acontecendo! Vergonha!
A diferença é que, se um jornalista destruir a minha honra eu posso processa-lo. Se um promotor fizer o mesmo, o azar é meu!
A confiabilidade do MP está na raridade de eventos que destroem a vida dos cidadãos, lamentavelmente ninguém mais se importa com a honra alheia….
O procurador pode destruir carreiras, mas o jornalismo pode destruir ainda mais. Mesmo que desminta depois uma palavra lançada pode acabar com a vida e a reputação de uma pessoa e ficar por isso mesmo. a irresponsabilidade caminha a passos largos dentro da imprensa que só quer manchetes.