O português ruim dá prisão e incompreensão no Paraná

(por Ruth Bolognese) – Ninguém, nem mesmo o célebre juiz Sérgio Moro (ele se enrola feito rolo de fumo diante da conjugação do verbo “haver”), está livre de cometer erros de português.

Até o Rei, no clássico “Detalhes”, já romantizou as dificuldades com nosso idioma ao cantar “e até os erros do meu português ruim/ você vai lembrar…” Coitada da musa, que poderia se lembrar de detalhes mais interessantes, ou picantes, do ex, mas vai se fazer o quê?

E agora, erro de português dá até prisão. A Polícia Rodoviária Federal prendeu um carregamento de maconha que vinha de Guarapuava e ia para São Paulo por causa de um “s”. Quem preencheu a nota fiscal escreveu “dorço de frango”, ao invés de “dorso de frango”. Ora, em carregamentos de grandes empresas, as notas fiscais são preenchidas diariamente e todo mundo sabe a grafia das costas dos frangos.

E o português é idioma tão complexo que gera problemas até quando se escreve certo por linhas tortas. O insuspeito professor Oriovisto Guimarães, candidato ao Senado pelo Podemos, distribuiu material de campanha onde se lia: “a maioria dos políticos que temos no Brasil não estão preocupados com o bem comum…”

Gramaticamente a frase está certa, assim como o conceito. Mas soa ruim. Com apenas 1% de intenções de voto na pesquisa Ibope/RPC, o professor Oriovisto, um dos fundadores do grupo Positivo, precisa aperfeiçoar a concordância verbal – e criar novos próprios conceitos – pra ter alguma chance de chegar ao Senado.

3 COMENTÁRIOS

  1. Opa! Estou fazendo escola! Depois que o Redator Chefe do Blog inventou a expressão ‘Ex-quase’, o dorço do frango, o conserto do piano para o concerto, os acessórios do assessor ficaram irrelevantes!

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