O óbvio e as novidades na pesquisa para o Senado

O senador Roberto Requião (MDB) não acredita em pesquisas. Diz que elas podem ser compradas do mesmo jeito compra peixe em peixaria. Mas todas as que saíram até agora os preferidos dos eleitores para as duas cadeiras de senador em disputa este ano colocam o nome dele na dianteira, vindo a seguir o do ex-governador Beto Richa (PSDB).

Político com luz própria, Requião tem possibilidades de sair candidato “avulso” – no sentido de não precisar obrigatoriamente fazer parceria formal com um candidato a governador de outro partido. Por isso, uma das estratégias que pensa adotar é justamente a de liberar a militância do MDB para escolha livre entre os concorrentes ao Palácio Iguaçu, Cida Borghetti (PP), Ratinho Jr. (PSD) e Osmar Dias (PDT). A única condição é que os emedebistas se unam em torno dele, Requião.

O óbvio e as novidades na pesquisa para o Senado
Rubens Bueno e Oriovisto Guimarães.

Embora vítima de desconfianças já levantadas por todos os partidos, o instituto Radar, com sede em Francisco Beltrão (Sudoeste), divulgou nesta quinta-feira nova rodada que confirma o quadro já desenhado por outros institutos. Sua pesquisa foi registrada no TRE sob n.º 4595, com 1.494 entrevistas. Pelo Radar, Requião teria 26% dos votos e seria dono de uma das cadeiras; a outra seria de Beto Richa, com 22%.

A novidade principal leva o nome de Rubens Bueno, deputado federal e presidente estadual do PPS, que figura em terceiro lugar (16%) mesmo sem ter se apresentado formalmente como pré-candidato ao cargo. Ele foi incluído na pesquisa em razão da notoriedade nacional que conquistou, principalmente a partir dos debates sobre o impeachment de Dilma (Rubens votou a favor). Era figura obrigatória nas telas do Jornal Nacional.

Se decidir se candidatar ao Senado, Bueno tem poucas afinidades que o levem a fazer parte das chapas governistas de Cida Borghetti (PP) e Ratinho Jr. (PSD), mas não está descartada uma aliança com Osmar Dias. Não se sabe, porém, se já há costuras envolvendo possível união entre PDT e PPS.

O quarto lugar é ocupado pelo delegado Fernando Francischini (PSL), bolsonarista que detém 14% e que se pensa disputar o Senado na chapa de Ratinho Jr. Há resistências internas, contudo. Ter Franscischini ao lado é o mesmo que trazer para dentro da campanha do suave e simpático jovem Ratinho Jr. a figura do comandante do “massacre do Centro Cívico”, no histórico 29 de abril de 2015, quando ele era secretário da Segurança Pública de Beto Richa. É tudo quanto os principais conselheiros de Ratinho Jr. acham perigoso e negativo.

Outra surpresa na pesquisa Radar é o patamar de 5% já alcançado pelo professor Oriovisto Guimarães (Podemos), o único “outsider” dentre os demais 13 políticos tradicionais que se apresentaram para disputar o Senado. Pode dar muito trabalho para os favoritos.

1 COMENTÁRIO

  1. Engraço, hoje ouvindo o professor Rodrigo Horochovski falar na rádio UNIFM soube de algo que me surpreendeu: o PSC e o PCdoB reclamaram que a participação de empresas, no processo eleitoral, era prejudicial aos interesses públicos e democráticos, protocolaram a queixa etc. Ai a OAB fez um serviço social muito bom, que foi o de apresentar uma ação de inconstitucionalidade dessas doações de campanha das empresa,s no processo eleitoral, pois elas tem viés de interesse duvidoso, econômico pura e simplesmente? elas nao tem interesse ideológico, elas desequilibram o sistema … em modos como já sabemos: “te pago o voo de jatinho agora e vc me “passa” a licitação daquela PR xxxd depois …”
    aí a Dilma, sim ela, a petista de esquerda, sancionou a lei em 2015, após votação do STF de 8 a 3…onde FUX falou uma frase para livros: “Chegamos a um quadro absolutamente caótico, em que o poder econômico captura de maneira ilícita o poder político”! e agora, só tem o fundo partidário. As vezes batemos o pé e pedimos para que o fundo partidário nao exista, seja usado para outros fins, mas ele existe para tornar mais transparente o processo e para impedir o cx 2 e tentar impedir que falte um hospital ou impedir que um hospital custe 3 vezes o seu valor real. Em tese, pelo menos, o objetivo é excelente. Isso criou mais uma animosidade entre os deputados e Dilma…há que se fazer justiça, estava do lado do Povo, essa dona.
    Então tiro meu chapéu para os dois pequenos partidos, para a OAB e para a Dilma. A proibição de uso de dinheiro empresarial em campanha tem origem e finalidades nobres. Agora vai dar mais trabalho esconder o $ por fora e vai ficar mais complicado “passar” nos editais, ja que um grupo de alunos está se articulando para “auditar” os processos licitatórios…por isso Osmar, pode continuar na sua velha L200 …de boca em boca vamos fazer campanha para instalar um estadista honesto no palácio, um que saiba quem é Vossa Excelência, nas palavras da Carmem Lucia: o povo brasileiro.

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