Em pílulas, novos detalhes surgem dos depoimentos que o delator Maurício Fanini, o servidor da Educação que arquitetou o plano de fazer caixa desviando recursos da construção de escolas. Num dos trechos agora revelados surge um fato no mínimo pitoresco, contado por Fanini aos procuradores: no fim de 2011, Beto chamou Fanini na residência oficial da Granja do Canguiri e pediu que ele providenciasse uma empresa para construir uma academia de ginástica na casa. “Como assim?”, perguntou Fanini. “Veja lá uma empresa parceira!”, respondeu Richa.
Em outros trechos, o depoente relata como entregou a Luiz Abi Antoun, o poderoso primo-distante de Beto Richa, R$ 500 mil que teriam sido solicitados pelo ex-governador. Fanini dá o perfil de Luiz Abi: era o homem que mandava e desmandava no Palácio Iguaçu, que admitia e demitia secretários, um longa-manus do governador.
Abi foi à casa de Fanini que tomou todos os cuidados para não ser filmado pelas câmeras do edifício e entregou o meio milhão de reais solicitados pelo governador numa pastinha. Como tinha gasto parte do valor, Fanini teve de fazer um empréstimo pessoal para complementar o valor requerido.
Até hoje a delação de Maurício Fanini não foi homologada pela Justiça. Ele ainda espera esta decisão trancado numa cela da Polícia Federal em Curitiba.
Ninguém em sã consciência vai homologar esse festival de ilações e factóides inventados pelo Sr. Fanini para incriminar nosso futuro senador tucano. E digo mais: as escolas foram todas construídas, sim senhor. O povo é que foi lá depois pra saquear e “depenou” as instalações. Levaram tudo, inclusive os tijolos e até mesmo o reboco das paredes que sobraram. Com um povo assim, quem consegue governar?