O chamado Centrão deve assumir a liderança do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados e ficar com o comando do Ministério da Saúde. Isso porque o presidente está irritado com as traições do PSL. Na terça-feira (21), por exemplo, seis deputados bolsonaristas do PSL votaram contra o Fundeb, mesmo com a mudança de posição do governo. Ficou a impressão de que o governo saiu derrotado.
A primeira consequência foi a destituição da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) da vice-liderança do governo no Congresso. Ela foi um votos contrários ao Fundeb. Outro que deve perder a condição de líder do governo na Câmara é o deputado goiano Vitor Hugo (PSL-GO), que será nomeado para uma autarquia federal. E para o lugar dele, Bolsonaro avalia nomear um paranaense, o deputado federal Ricardo Barros (PP). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A intenção do presidente é repetir o modelo adotado no Senado Federal. Na Casa, a liderança já é exercida por uma sigla do centrão, o MDB. E, na avaliação da cúpula do governo, ela tem sido estratégica para garantir o apoio no bloco partidário. Com a mudança, segundo a Folha, o presidente pretende também garantir votos para futuras votações de interesse do governo, como a reforma tributária, e atender a um pleito dos deputados do centrão, que têm feito pressão por uma troca na articulação política.
A avaliação é a de que, apesar de Vitor Hugo ter a confiança do presidente, ele enfrenta resistência no Legislativo e entra frequentemente em choque com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto.
Elogios – A ideia é que o comando da liderança do governo sirva também como uma espécie de “test-drive” para Ricardo Barros, que pode até o fim do ano ser deslocado para um cargo na Esplanada dos Ministérios.
O nome do congressista é avaliado por Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde após a saída do atual ministro, general Eduardo Pazuello. O militar já disse ao presidente que, após o arrefecimento da crise da covid-19, deixará a pasta..
Barros é engenheiro e foi ministro da Saúde de 2016 a 2018, no governo Michel Temer (MDB). Sua gestão é elogiada, diz a Folha, inclusive pela atual cúpula militar, para quem ele foi eficiente na economia de recursos e na atualização de portarias.
No Congresso, não há consenso sobre a saída de Vitor Hugo. A avaliação de parlamentares de siglas do Centrão, como PP, Republicanos e PL, é que o líder nunca foi bom de articulação política, mas vem melhorando. Esses congressistas apontam ainda que, caso Barros assuma a liderança do governo, o líder do PP, Arthur Lira (AL), pode perder a liderança efetiva sobre a bancada.
Tem se mostrado capaz, ganha o governo Bolsonaro.
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