Vítima de mal súbito, morreu nesta quinta-feira (30), em Pontal do Paraná, o professor aposentado e pesquisador Paulo da Cunha Lana, aos 66 anos. Aposentado como professor titular do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em novembro de 2020, Paulo Lana permanecia atuante na pesquisa e docência no Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos e no Laboratório de Ecologia Marinha. Graduado em Ciências Biológicas, mestre e doutor em Oceanografia, o professor Lana se considerava uma “mistura de biólogo, oceanógrafo e ecólogo, com interesses científicos muito variados”, como descreveu no Currículo Lattes. Participou dos comitês de implantação – como presidente ou na coordenação – dos cursos de doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento, graduação em Oceanografia e pós-graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos da UFPR.
Foi membro do Comitê Assessor de Oceanografia do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e presidiu a International Polychaetological Association, que reúne cientistas de vários países dedicados ao estudo de poliquetas, por três anos. Como pesquisador, teve seu trabalho retratado na série de reportagens “Excelência UFPR”, no portal da Universidade. Cientista, humanista e entusiasta do conhecimento, o professor Lana foi orientador ou co-orientador do trabalho de mais de 100 mestres, doutores e pós-doutores, além dezenas de monografias de conclusão de curso.
Ainda no Lattes, Lana descreve: “Sempre procurei analisar criticamente o que é fazer ciência e o que é ser um cientista e professor em um país em desenvolvimento. Considero-me muito mais bem sucedido como supervisor acadêmico e mentor de pessoas do que como pesquisador… Fui muito feliz com a maioria destas supervisões e hoje tenho o prazer de conviver com colegas, meus ex-alunos e alunos de meus alunos, que já fizeram e ainda irão fazer muito mais do que jamais pude fazer. Nos últimos anos da minha carreira como cientista e professor, abandonei a perspectiva da ciência incremental e produtivista e passei a provocar meus alunos, em todos os níveis de formação, a ousar mais e a correr riscos científicos, procurando ser mais originais e criativos. Tenho horror das práticas e comportamentos produtivistas que assolam a ciência internacional e também a ciência que se pratica no Brasil”. (Da UFPR).