Ao cumprir ordem do STJ e despachar para a Justiça Eleitoral o inquérito que envolve o ex-governador Beto Richa em esquema de direcionamento de licitação em troca de grana da Odebrecht para financiar a própria campanha de reeleição, o juiz Sergio Moro afirma que os laudos identificaram “na contabilidade informal do Setor de Operações Estruturadas que os pagamentos têm como centro de custo para a Odebrecht a obra da PR-323”, o que, na sua interpretação, teria sido cometido crime que não se enquadra apenas como delito de caixa 2.
“Depoimentos ainda colhidos de executivos da Odebrecht, como Luis Antônio Bueno Júnior e Luciano Ribeiro Pizzatto, são no sentido de que o dinheiro foi pago em contrapartida ao direcionamento da licitação da duplicação da PR-323 ao Grupo Odebrecht, tendo o ex-chefe de gabinete do governador Carlos Alberto Richa, Deonilson Roldo, atuado para limitar a concorrência no certame (no que aparentemente foi bem sucedido)”, anotou Moro.