Meta4, uma pedra no meio do caminho (2)

(por Rafael Moro Martins e José Lázaro Jr., do Livre.jor, especial para o Contraponto)

O governo do Paraná estaria a um passo de migrar a gestão de pessoas das universidades estaduais para o sistema Meta4, não fosse pela resistência de três instituições: UEM (Universidade Estadual de Maringá), UEL (Universidade Estadual de Londrina) e Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná).

Sob o argumento de agilizar a migração, a gestão Beto Richa (PSDB) pediu às instituições que liberassem códigos internos de computador relativos às folhas de pagamento. O Livre.jor apurou junto ao Executivo que a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) e a UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) cederam a documentação técnica. Mas UEM, UEL e Unioeste disseram não.

Com a união das três universidades com mais alunos do Paraná, o placar segue desfavorável à administração tucana, mesmo contabilizando juntas Unicentro, UEPG e as duas instituições “novatas”, Uenp (Universidade Estadual do Norte Pioneiro) e Unespar (Universidade Estadual do Paraná), que por terem sido criadas recentemente, a partir da fusão de faculdades públicas menores, já nasceram operando dentro do sistema Meta4. E mesmo dentro delas há resistência, o que dificulta o avanço do governo na unificação da gestão de pessoas no comando central do Poder Executivo.

“Com o Meta4, a Universidade perde a gestão sobre a folha de pessoal, ficando impedida de decidir diretamente sobre a inclusão de pagamentos previstos em lei, mesmo detendo orçamento para tanto”, disse ao Livre.jor, em conversa mediada pela assessoria de imprensa, o vice-reitor da Unicentro, Osmar Ambrósio de Souza. “Estamos falando, por exemplo, de pagamentos que são essenciais ao funcionamento institucional, como é o caso do Regime de Trabalho de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva, o Tide. Esse regime é fundamental para o desenvolvimento de pesquisas científicas e de programas de extensão, por meio dos quais serviços são ofertados à sociedade”, acrescenta o gestor.

“Estando no Meta4, a universidade pode ficar impedida de realizar pagamentos como esses, o que afetaria os serviços prestados à comunidade. Pode-se retomar, ainda, o exemplo já citado na primeira questão, em que a Universidade poderia perder a autonomia de incluir em folha um novo professor, levando alunos a ficarem sem aulas. No formato atual, a autonomia das universidades é bastante limitada no que diz respeito à questões financeiras e orçamentárias. A adesão ao Meta4 agravaria ainda mais esse cenário, trazendo maiores limitações às ações institucionais”, completa o vice-reitor.

 

3 COMENTÁRIOS

  1. Infelizmente todas as Universidades são useiras em errar pra cima.
    Suas folhas nunca caem.
    Será Meta 4 um problema?
    O curso de Ciência da Computação da UEL completou 20 anos.
    Não fizeram nada para melhorar?

  2. Que historia mal contada hein…então um software de rh pode decidir se uma pessoa vai receber o devido? Coisa mais esquisita, muito esquisita. Nada nesse governo é confiável , mas essa história está toda esquisita, primeiro que se as universidades são estaduais eu realmente não poderia supor que elas não prestam contas para a secretaria de estado da educação, segundo que transparência faz bem, saber o que é pago e a quem e como etc, faz parte da boa gestão financeira, especialmente se o dinheiro é pago por nós. Será, será mesmo que não se está fazendo pagamento indevido de valores indevidos? E olha que sempre estou do lado das instituições de ensino, mas elas precisam dar exemplo de boa conduta…receber dedicação exclusiva e usar as 40 horas para dar aula e fazer pesquisa não poderia ser manipulado pelo governo do Estado, esse é um regime de contratação…não é pq muda o software de pagamento e controle que o Estado iria poder mudar regimes de contratação…melhor o contraponto fuçar pq nesse angu tem carroço.

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