“Mestrão”, que aconselhou Moro em voto sobre Dino, já trabalhou com Ricardo Arruda

Um funcionário do gabinete do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) chamou a atenção ao ter sua conversa com o parlamentar, pelo WhatsApp, registrada por câmeras da imprensa durante a sabatina, realizada nessa quarta-feira (13), de Flávio Dino e Paulo Gonet, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.

O funcionário em questão é Rafael Travassos Magalhães, 28 anos, mais conhecido pelo seu apelido, “Mestrão”, que é como seu contato está salvo no celular de Moro. “Mestrão” é assessor de Moro e já trabalhou com o deputado estadual paranaense Ricardo Arruda (PL), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), segundo revela o site O Antagonista.Conversa

Conversa

Durante a sabatina, que encaminhou a aprovação de Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR) a imprensa captou em imagem Moro conversando com “Mestrão” pelo Whatsapp no celular. É possível ler a troca de mensagens no celular. Magalhães aconselha Moro a não declarar voto a favor de Dino. “Sergio, o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio que jaja [já já] passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando, disse Mestrão na mensagem recebida pelo senador. Ele completa: Estou de plantão aqui, qualquer coisa só acionar”.

Moro respondeu: “Blz [Beleza]. Vou manter meu voto secreto, eh um instrumento de proteção contra retaliação. O parlamentar paranaense não declarou o voto e, apesar de reconhecer a conversa, se recusou a identificar Magalhães.

O apelido do assessor é conhecido e se deve ao costume dele em chamar as outras pessoas de mestre” ou super-mestre. Mestrão trabalha como auxiliar parlamentar de Sergio Moro desde agosto. Ele recebe um salário mensal de 7.152,04 de reais.

Rachadinha

Antes de ingressar no gabinete do senador, ele trabalhou com o deputado estadual Ricardo Arruda, de novembro de 2016 a outubro de 2018. Durante esse período, Mestrão recebia um salário maior, no valor de R$ 19.551,64.

O hoje assessor de Moro é citado em investigação do Ministério Público do Paraná (MPPR) sobre suposto esquema de rachadinha no gabinete de Arruda. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o assessor parlamentar tinha o hábito de realizar saques em dinheiro correspondentes a 70% de sua renda na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), movimentações que levantaram suspeitas de fracionamento, de acordo com os investigadores.

Mestrão foi contratado por Moro, após participar da campanha do União Brasil no Paraná durante as eleições de 2022. (De O Antagonista; Foto: Pedro França/Agência Senado).

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