Uma turma de prefeitos do MDB e até mesmo alguns deputados tiveram a ideia de lançar o deputado federal João Arruda, sobrinho do senador Roberto Requião, como candidato a governador pelo partido. O plano deles é levar a proposta à votação durante a convenção estadual que a sigla realiza neste sábado em Curitiba – mas intenção, na verdade, não passaria de mais um movimento para aguardar a decisão de Osmar Dias (PDT) de aceitar aliança com o MDB.
A aliança com Osmar vem sendo tentada por Requião desde o início do ano, mas não houve resposta até agora. O que não significa que o assunto esteja definitivamente sepultado, por pelo menos três razões:
- Osmar Dias precisa de maior estrutura e tempo na propaganda eleitoral. Se forem esgotadas as possibilidades de aliança com outros partidos (PPS, por exemplo), restará a Osmar aceitar o MDB em sua coligação, que detém justamente os dois atributos mais necessários à campanha majoritária: tempo de televisão e estrutura em todos os municípios do estado;
- Ao MDB, por outro lado, também interessa ter um candidato a governador para chamar de seu. Embora conte com a liderança de Requião, sua candidatura ao Senado não carrega um atrativo fundamental para candidatos a deputado estadual e federal, que alimentam suas chances com a expectativa de poder que só um governador oferece.
- Além disso, argumenta-se que tanto o PDT quanto o MDB precisam formar chapas conjuntas para ganhar mais viabilidade nas eleições proporcionais para Assembleia e Câmara. Separados, as chances de ambos os partidos conseguirem bancadas numerosas são frágeis.
O deputado João Arruda, que ganhou de alguns prefeitos até um “adesivo” de campanha, apenas observa.