Depois que a Rodonorte assinou com o Ministério Público Federal um acordo de leniência – pelo qual confessa que pagou propina a agentes públicos do Paraná para obter vantagens na exploração do pedágio – a expectativa agora é saber quando as demais concessionárias seguirão o mesmo caminho.
Ao firmar o acordo, a Rodonorte – uma subsidiária da gigante CCR – não necessariamente teve a intenção de mostrar arrependimento pelos malfeitos que cometeu. Seu objetivo foi o de evitar que a declaração de inidoneidade a impeça legalmente de participar de novos leilões de concessão ou de fazer quaisquer negócios com o poder público, filão que garante a quase totalidade de seus lucros.
É claro que esta preocupação se estende às suas cinco irmãs, com as quais divide há 20 anos a administração dos 2.500 quilômetros de rodovias que compõem o Anel de Integração. Os métodos da Rodonorte eram replicados pelas demais concessionárias, Ecovia, Viapar, Econorte, Caminhos do Paraná e Cataratas. Com contratos a vencer no Paraná dentro de dois anos, todas elas voltam seus olhos para o futuro – precisam ter “ficha limpa” para concorrer a novos contratos.
Os termos do acordo de leniência da Rodonorte são oficialmente desconhecidos e ainda dependem de homologação por parte do juiz da 23.ª Vara Criminal de Curitiba, Paulo Sergio Ribeiro, que conduz a ação penal resultante da Operação Integração, na qual todas as concessionárias estão implicadas. Informações vazadas para a imprensa, no entanto, dão conta de que a Rodonorte fez citações que comprometeriam parlamentares e conselheiros.