Livro de Celina e Beatriz Abagge sobre o caso Evandro vai ser lançado dia 7 de maio

Começou nessa terça-feira (27) a pré-venda do livro “Malleus: relatos de tortura, injustiça e erro judiciário”, de autoria de Celina e Beatriz Abagge. A obra está disponível no site da Editora Brazil Publishing (https://aeditora.com.br/malleus), e na Amazon (https://www.amazon.com.br/dp/655861460X?ref=myi_title_dp). No próximo dia 7 de maio, a editora irá promover o lançamento oficial em uma live com a participação das escritoras. O livro trará revelações de Celina e Beatriz – mãe e filha – sobre as torturas que sofreram para que confessassem um crime que não cometeram.

Livro de Celina e Beatriz Abagge sobre o caso Evandro vai ser lançado dia 7 de maioEm 1992, elas e mais cinco pessoas foram acusadas de sequestrarem e assassinarem o menino Evandro Ramos Caetano, na cidade de Guaratuba (PR). Na ocasião, Beatriz e Celina foram brutalmente torturadas por membros da polícia militar, e posteriormente presas por cinco anos e nove meses, até o julgamento em 1998, considerado o mais longo da história que as inocentou. Em 2020, o jornalista Ivan Mizanzuk teve acesso as fitas – sem cortes – das confissões feitas sob tortura, e as publicou em vários podcasts dentro do ”Projeto Humanos”, que posteriormente inspirou a série ”O Caso Evandro”, que irá ao ar no mês da maio na plataforma Globoplay, da Rede Globo.

Em ‘’Malleus’’, mãe e filha relatam as injustiças e o sofrimento a que foram submetidas, durante os eventos relacionados ao caso. ”A tortura que eu sofri nunca quis contar, porque foi tão terrível o que fizeram com a Beatriz, que o que ocorreu comigo minha família não precisava saber. O meu esposo já estava sabendo da tortura da filha dele, e por esse motivo eu nunca contei para ninguém”, relata Celina Abagge.

O nome da obra é uma alusão a um manual usado durante a Idade Média denominado Malleus Maleficarum, ou Martelo das Bruxas em tradução livre do latim, escrito pelos dominicanos alemães Heinrich Kraemer e James Sprenger. O escrito tornou-se um guia para inquisidores do século XV que ensinava técnicas de tortura contra mulheres acusadas de “bruxaria” pela Igreja Católica.

À luz da história, Celina e Beatriz trazem à tona injustiças sofridas durante todo o processo, e os enormes erros cometidos contra elas.

Sobre as autoras:

 

Celina Abagge, esposa do falecido ex-prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge. Ficou presa por três anos e sete meses na Penitenciária Feminina do Paraná, e por mais dois anos em prisão domiciliar por conta do ‘’Caso de Guaratuba’’. Atualmente está aposentada e vive com os filhos em Curitiba (PR)

Beatriz Abagge, ficou presa ao lado da mãe por cinco anos e nove meses. Chegou a ser condenada a mais de 20 anos de prisão por falsas acusações no caso, mas posteriormente obteve perdão da pena. Tem 29 anos de serviço público, e atualmente trabalha em Guaratuba (PR), como terapeuta ocupacional no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade. Beatriz se formou em direito, passou no concurso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), contudo, a sessão paranaense da ordem lhe negou o acesso a carteirinha de advogada e o exercício da profissão.

 

 

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