Leprevost pede que ministro seja notificado para liberar vacinação das crianças contra a covid

Nesta quinta-feira (30), o secretário de Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, responsável pela defesa das políticas públicas para a infância no Paraná, cumprindo seu dever legal, está formalizando uma petição ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca) para que notifique o ministro da Saúde sobre a necessidade de atender o apelo da comunidade médica e científica para que, com urgência, disponibilize a vacina contra a covid-19 para as crianças brasileiras, sem exigência de prescrição médica, conforme preconizam  a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Associação Médica Brasileira.

Leprevost explica que a preocupação é com as crianças mais pobres. “A Sociedade de Pediatria está correta. Se prevalecer a intenção do ministro Queiroga, só as crianças de classe média e alta terão acesso rápido a vacina”, afirma Ney.

E exemplifica: “Meu filho tem 11 anos. Eu tenho plano de saúde. Posso marcar uma consulta pra ele, peço a receita pra vacinar e protejo meu filho da Covid. E o pai que está desempregado ou que recebe salário mínimo como é que faz? Fica aguardando meses por uma consulta na unidade de saúde pra conseguir a prescrição pra vacinar seu filho? Isto é o cúmulo da injustiça e do desrespeito ao princípio constitucional da igualdade de direitos”, afirma Ney.

A preocupação do secretário deve-se ao fato de que em 22 meses de pandemia, cerca de 2.500 crianças e adolescentes morreram devido a complicações da Covid-19, sendo mais de 300 com idade entre 5 e 11 anos.

A Associação Médica Brasileira publicou, na última segunda-feira (27), um manifesto a favor da vacinação de crianças contra a Covid-19. O documento conta com o apoio de outras 14 associações e sociedades de especialistas em medicina, entre elas a Sociedade Brasileira de Pediatria.

A aplicação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos foi autorizada pela Anvisa em 16 de dezembro, mas o ministro da Saúde tem criado entraves e dificultado o início da vacinação.

“A sociedade precisa se unir em defesa das nossas crianças. Começou tudo de novo, as fake news estão se espalhando como rastilho de pólvora e já tem pais, muito bem intencionados, acreditando nas mentiras proliferadas através das redes sociais. As pessoas precisam ouvir a verdade e nós vamos ajudar os pediatras a expô-la. A negação da ciência já matou demais neste país”, afirmou Ney.

Leprevost ressalta que é contra a obrigatoriedade da vacina, até mesmo para adultos. “Ninguém deve ser obrigado a nada. Se vacina quem acredita na ciência. Ignorância não é proibido pela legislação brasileira. Mas impedir as crianças de terem acesso a vacina é crime gravíssimo,” lembra.

 

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