O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) julga, nesta quinta-feira (13), o pedido da defesa de Jorge Guaranho – réu pelo homicídio do petista Marcelo Arruda em 2022 – para que o júri popular seja retirado de Foz do Iguaçu, local do crime.
No pedido, que será analisado a partir das 13h30, os advogados de Guaranho alegam que haveria comprometimento no júri de Foz, já que o caso teve ampla divulgação pela imprensa, o que causaria pré-decisão por parte dos componentes.
O advogado da assistência de acusação Daniel Godoy Junior comenta que a repercussão da morte de Arruda foi nacional e por isso não há motivo para mudança. “Vamos defender a manutenção do júri em Foz do Iguaçu, já que se trata do juiz natural da causa”, afirma.
O julgamento deveria ter sido dia 04 abril, mas acabou sendo suspenso, quando a defesa de Guaranho abandonou o plenário após ter negados pelo juízo uma série de pedidos.
Remarcado então para 2 de maio, foi novamente suspenso após pedido de mudança de foro.
O caso
O guarda municipal e ex-tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, foi assassinado na própria festa de aniversário, em 2022. A vítima comemorava 50 anos com a família e amigos, quando teve a festa invadida pelo réu, Jorge Guaranho, e foi morto a tiros no local da confraternização.
A comemoração do aniversário de 50 anos ocorria em uma área reservada da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A. De acordo com a denúncia do MP-PR, o réu – desconhecido da vítima e familiares – se aproximou da porta do salão de festas de carro, com o som do veículo em alto volume, reproduzindo uma música de campanha do então candidato Jair Bolsonaro.
De acordo com as testemunhas, Guaranho havia saído de um churrasco com mulher e filho e soube que o festejo tinha como tema decorativo o Partido dos Trabalhadores e o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, o réu, que estava acompanhado da esposa e do filho – um bebê de colo – ameaçou Arruda mostrando que estava armado e afirmou que voltaria para matar a vítima.
Aproximadamente uma hora depois, Guaranho retornou ao local da festa, sozinho, e começou a disparar contra o alvo e convidados ainda da porta do salão. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança. As imagens mostraram que a vítima tentou se esconder debaixo de uma mesa, onde foi alvejada à queima roupa.
No início do ano, Guaranho foi demitido do cargo de policial penal por decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, por uso de recurso material da repartição em atividade particular (arma), improbidade administrativa e incontinência pública.