O juiz Marcos Josegrei, da 14.ª Vara Criminal da Justiça Criminal de Curitiba, absolveu o ex-superintendente do Ministério da Agricultura Daniel Gonçalves Filho – pivô da Operação Carne Fraca deflagrada em 2016 pelo Ministério Público Federal para investigar esquema de propinas pagas pela BRF e outras indústrias frigoríficas a servidores do órgão para burlar normas de controle sanitário e favorecer a liberação para comercialização de produtos de origem animal.
Atendido pelos escritórios dos advogados Tracy Reinaldet & Matteus Macedo, além de Adriano Bretas, o ex-superintendente Daniel Gonçalves aderiu ao instrumento da colaboração premiada, o que limitou o cumprimento de penas de prisão e pagamento de multas, assim como conseguiu, ao ser absolvido, se livrar da pena suplementar da perda de cargo público.
Cinco ações penais foram abertas pela Justiça no âmbito da Operação Carne Fraca, das quais Daniel Gonçalves era reu em quatro. Esta foi a primeira em que foi julgado; figura, porém, nas outras três, que já estão conclusas para receber sentença do mesmo juiz nos próximos dias. Os termos da delação premiada negociada por Daniel, no entanto, abrangem os demais processos a que responde.
No mesmo despacho, o juiz condenou outros envolvidos na Carne Fraca, como Maria do Rocio Nascimento (ex-chefe da Vigilância Sanitária do Ministério); Denis Lourenço da Silva (fiscal federal agropecuário e chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal); Welman Oliveira (médico veterinário e assessor informal de Dinis); José Antonio Mapelli (advogado que teria atuado de modo ilícito); Francisco Carlos de Assis (fiscal federal agropecuário); e Roney Nogueira dos Santos (funcionário da BRF).
Veja aqui o despacho do do juiz da 14.ª Vara Criminal Federal de Curitiba: