O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse não existir a possibilidade de uma intervenção militar nos mesmos moldes do período da ditadura militar, entre 1964 e 1985. A afirmação foi feita durante cerimônia pelos 50 anos da morte do soldado Mario Kozel Filho durante ataque terrorista a um quartel em São Paulo.
Villas Boas disse que se o Exército intervier, será para respeitar a Constituição e manter a democracia. Com relação ao movimento intervencionista, que pede a volta dos militares no poder, afirmou que há uma identificação na população com os valores das Forças Armadas e uma ânsia pelo restabelecimento da ordem. “Eu nem vejo um caráter ideológico nisso. Mas, de qualquer forma, as Forças Armadas, e o Exército, pelo qual eu respondo, se, eventualmente, tiverem de intervir, será para fazer cumprir a Constituição, manter a democracia e proteger as instituições”, afirmou.
“Quem interpreta que o Exército pode intervir [como na ditadura], é porque não conhece as Forças Armadas e a determinação democrática, de espírito democrático, que reina e preside em todos os quartéis”, enfatizou.
Para Villas Bôas, o Brasil está na “iminência de algo muito grave acontecer, que é a perda da nossa identidade”.