Gasto solto (I)

A recente ação movida contra o deputado Alexandre Guimarães (PSD), por gastar dinheiro público da verba de ressarcimento da Assembleia em casas noturnas, pôs luz na falta de transparência com que estes recursos são gastos e justificados (ou melhor, nada justificáveis). A cada olhar com lupa no site da Alep descobrem-se compras ou serviços no mínimo, digamos, inusitados.

É o caso da Deputada Cantora Mara Lima: em sua justificativa de gastos de maio, constam R$ 13,5 mil a uma única empresa no campo “Assinaturas de periódicos, TV a Cabo ou similares”.

Gasto solto (I)

Só que o CNPJ não se refere a nenhuma operadora de TV a cabo e a nenhum periódico que ela possa assinar: trata-se de uma empresa de informática e design gráfico e digital — um ramo nada similar:

Gasto solto (I)

No portfólio contido no site da referida empresa, vê-se que prestam serviços não apenas para a deputada, mas principalmente para a Cantora Mara Lima:

Gasto solto (I)

Seria muita leviandade afirmar que o dinheiro da Alep está pagando por serviços que em nada tem a ver com a atividade parlamentar, como capas de CD e marketing para lançamento de álbuns e shows.

Mas seria muito importante para a sociedade, ainda mais em tempos de crise política e econômica como os atuais, se os órgãos fiscalizadores ao menos comparassem as notas fiscais com as empresas prestadoras de serviço e investigassem qual foi o objetivo de cada gasto desses.

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