A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) está mobilizando todos os sindicatos rurais patronais do estado para que façam lobby visando a impedir que as câmaras de vereadores de suas regiões não aprovem leis que imponham aos agricultores o plantio de “cortinas verdes” em suas propriedades. São fileiras de árvores e arbustos que, em tese, impediriam que nuvens de agrotóxicos empregados nas lavouras se espalhem para a vizinhança e contaminem águas, escolas, postos de saúde e população.
Em ofício dirigido aos sindicatos filiados (veja abaixo), o presidente da Faep, Ágide Meneguette, diz que “alguns promotores públicos estão pressionando os municípios para que sejam aprovadas leis instaurando as cortinas verdes”, e alerta que não há nenhuma comprovação da eficácia da medida, que só serve para “estigmatizar o produtor rural como causador de contaminação”.
Meneguette vai mais longe: quer que se verifique junto às prefeituras e câmaras sobre a eventual existência de projetos de cortina verde para que “o sindicato possa impedir a sua aprovação” e, em caso de existência de propostas neste sentido, que a Faep seja comunicada.
As “cortinas verdes” já se tornaram lei em vários municípios paranaenses. Em Cambira, por exemplo, o prefeito Emerson Pires sancionou lei que determina a distância mínima de 300 metros entre áreas onde se aplicam defensivos químicos de escolas, creches, postos de saúde e núcleos povoados. A distância poderá ser reduzida para 50 metros caso os produtores implantem barreiras verdes – definidas na lei como “duas linhas próximas com espécies não frutíferas, sendo uma de crescimento rápido e arbóreo e outra por arbustos, preferencialmente nativas”.
A Faep duvida da eficácia, mas também não prova a ineficácia. Não seria melhor prevenir do que remediar? E com isso até melhorar a imagem dos produtores suspeitos de contribuir para envenenamentos?
Veja a íntegra do ofício de Meneguette aos sindicatos rurais:
Circular do Sistema FAEP
A famosa frase “uma mentira repetida mil vezes se torna
verdade”, atribuída ao ministro da propaganda na Alemanha
Nazista, Joseph Goebbels, cai como uma luva no atual momento
de debate do Projeto de Lei que regula o registro de defensivos
agrícolas. Apesar de o documento dar transparência ao
processo, muitas pessoas, inclusive renomados artistas, estão
invertendo a situação. E, de forma irresponsável, vendendo
mentiras, repetidas mil vezes, para a população.
Agroquímico não mata quando utilizado de forma correta,
como acontece com a maioria dos produtores rurais, que fazem
a aplicação nas lavouras com o que há de mais moderno. Ao
contrário! Considerando que o Brasil é um país subtropical,
com clima temperado propício para a proliferação de pragas e
doenças, os defensivos agrícolas colaboram diretamente para
a produção de alimentos segura e crescente, como exige um
planeta onde a população não para de crescer.
Mas parece que a disputa vai além das inverdades
espalhadas irresponsavelmente nas redes sociais. Proposta
do Ministério Público do Paraná tem feito com que municípios
implantem cortinas verdes na divisa entre lavouras e cidades.
Os promotores esqueceram que a responsabilidade do avanço
das cidades sobre as lavouras não é dos produtores, mas da
falta de planejamento urbano. E que a irresponsabilidade não
pode acarretar prejuízo bilionário ao agronegócio estadual.
Primeiramente, FORA OS AGROTÓXICOS!
Em relação ao Oficio Circular 019/18-GP da FAEP, causou-me estranheza, pois, eu imaginava que o objetivo da Federação fosse “… o estudo, a coordenação, defesa e representação legal da categoria econômica rural, tal como agricultura e pecuária, buscando soluções para as questões relacionadas aos interesses econômicos, sociais e ambientais do produtor.” como está descrito no seu site e, não a defesa das multinacionais fabricantes e comerciantes de AGROTÓXICOS.
No terceiro parágrafo do Ofício, este afirma que “A implantação de cortinas verdes como proteção da população urbana não tem nenhuma comprovação…”
Pois bem, com a intenção primeira de contribuir com o debate sugiro que o autor ou autores façam antes uma rápida pesquisa na Literatura Científica disponível (inclusive no Professor Google) antes de emitir esta afirmação equivocada, para não dizer, esdrúxula.
Luiz Antonio Caldani, CREA-PR 14.299/D
Eng. Agrônomo/Engenheiro de Segurança do Trabalho
Sugestão para iniciarem uma Revisão Bibliográfica sobre o tema Cortinas Verdes e/ou Quebra-Ventos
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-agroecologicas/arquivos-praticas-conservacionistas/2-quebra-vento.pdf
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-agroecologicas/arquivos-praticas-conservacionistas/3-escolha-das-especies-utilizadas-como-quebra-vento.pdf
http://www.agronegocios.eu/noticias/cortinas-quebra-ventos-funcoes-tipos-e-constituicao/
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Comt18_000h4icxsng02wx7ha0awymty1gwl1i3.pdf
http://inteliagro.com.br/quebra-ventos/
http://www.iapar.br/arquivos/File/zip_pdf/IP67.pdf
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Comt18_000h4icxsng02wx7ha0awymty1gwl1i3.pdf
http://inteliagro.com.br/quebra-ventos/
http://www.iapar.br/arquivos/File/zip_pdf/IP67.pdf
http://www.esalq.usp.br/departamentos/leb/aulas/lce306/Aula13_2012.pdf
Etc………
A posição do AGIDE é uma brincadeira de mau gosto!!!!! veja os agricultores estão utilizando 50 % mais agrotoxicos que a necessidade….. Ele, a FAEP deveria defender os agricultores e não as Industrias Quimicas, as Revendas de agrotoxicos e as Cooperativas….. O Agide e a FAEP estão perdidos e sem orientação neste debate…. Quem ganha???? as Industrias Quimicas e as empresas de revendas….. Todos perdem… O governo… a Saude da populaçaõ……e depois não venha a reclamar…. vem as Soja fraca… contaminada…. É uma pena que a ADAPAR o Ortigara tem interesses politicos!!!! Vem aí… A SOJA FRACA!!!!! contaminada!!!!! depois quem será o culpado?????
Em 1983, ao lado de técnicos de diversos órgãos afins do Estado, construí o projeto “Muralhas Verdes”. Mais generalizante que o objeto da antipatia da FAEP, o Muralhas Verdes preconiza o plantio de árvores às margens das estradas, nas divisas e confrontações de lotes rurais, o restabelecimento de matas ciliares, etc. O projeto foi premiado pela Bolsa de Criatividade em Meio Ambiente, instituido pela finada Surehma – Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente então presidida por Cícero Bley, autarquia vinculada à SEIN – Secretaria do Interior (leia-se Nelton Friedrich), hoje, SEDU – Desenvolvimento Urbano. Foi discutida e aprovada pela Mesa Redonda de Controle da Erosão, evento promovido pela ALEP. Apresentei o trabalho em reuniões de associações de municípios. Uma das preocupações que encapava o projeto era justamente o crescimento do uso de produtos químicos na lavoura, crescimento – pontuei, que caminhava pari passu ao aumento do número de óbitos provocados pelo câncer no meio rural. E continua. Hoje, assombra.
O problema não é a cortina verde, é o agrotóxico; quanto menos melhor num país campeão mundial de aplicação de agrotóxicos! Ministério público entre na origem do problema e não fique nos paliativos – é feio tergiversar com essa praga que se chama agrotóxico ! Essa a praga a ser combatida.