Deputados alinhados às bancadas religiosas e à direita já preparam o avanço na pauta defendida pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Consta da pauta da Câmara Federal desta quarta-feira (31) a discussão, com possibilidade de votação, do que institui a chamada “escola sem partido”. A reunião da comissão especial instalada para discutir o assunto está marcada para 14h30, para análise e votação do parecer elaborado pelo deputado Flavinho (PSC-SP).
Motivo de acirramento na polarização entre esquerda e direita brasileiras, a proposição “inclui entre os princípios do ensino o respeito às convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis, dando precedência aos valores de ordem familiar sobre a educação escolar nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa”.
Para os defensores do projeto, trata-se de pôr fim ao “doutrinamento político” por parte de professores em sala de aula; para a esquerda, uma inaceitável interferência da administração pública em ambiente escolar.
Em seu relatório, o deputado Flavinho fixa seis “deveres do professor”:
1 – o professor não se aproveitará da audiência cativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias;
2 – o professor não favorecerá nem prejudicará ou constrangerá os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas;
3 – o professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas;
4 – ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito da matéria;
5 – o professor respeitará o direito dos pais dos alunos a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções;
6 – o professor não permitirá que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou terceiros, dentro da sala de aula.
Como se hj em dia algum professor consegue doutrinar alguém! Os alunos nem se interessam pelo conteúdo das disciplinas. Quanto mais política. Coisa de quem não conhece a realidade das escolas.
É isso aí! Vamos instalar VAR em todas as salas de aula para enquadrar os professores comunas! Vigiar e punir! Brasil acima de todos! Deus acima de tudo!