Em fórum da ONU, Itaipu Binacional anuncia compromissos em capacitação e eficiência energética

A Itaipu Binacional anunciou, na manhã desta quinta-feira (24), durante o Fórum Temático Ministerial da Organização das Nações Unidas (ONU), compromissos voluntários (denominados Energy Compacts) em capacitação e eficiência energética para fazer frente aos desafios de implementação das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 (ODS 7), Energia Limpa e Acessível. A medida está alinhada ao Acordo de Paris e à descarbonização da economia. A binacional é uma das primeiras organizações do mundo a fazer esse anúncio.

A usina assumiu dois compromissos, um de cada margem da binacional (Brasil e Paraguai). A margem brasileira se comprometeu com investimentos de US$ 5 milhões ao longo de 10 anos para a promoção das energias renováveis e práticas sustentáveis a elas associadas. Devem ser promovidas atividades de capacitação, visitas de campo e publicações que contribuam com a difusão de conhecimentos em energia limpa e sustentabilidade, por meio da Escola Internacional de Sustentabilidade – EIS (projeto que é financiado pela empresa e que tem sede no Parque Tecnológico Itaipu – PTI).

Já a margem paraguaia inseriu como Energy Compact o investimento de US$ 200 milhões em melhorias no sistema de transmissão do país vizinho. A margem brasileira está fazendo um aporte similar para a modernização do sistema de transmissão de Furnas, associado à usina de Itaipu. Esse aporte por parte do Brasil também deverá se tornar um compromisso voluntário da empresa, ao longo do processo que vem sendo conduzido pela ONU conhecido como High-level Dialogue on Energy (HLDE, ou Diálogo de Alto Nível em Energia) e que culmina no próximo mês de setembro, juntamente com a Assembleia Geral da ONU.

Até lá, a ONU está estimulando governos federais, estaduais e municipais, empresas e organizações dos mais diversos portes a anunciarem seus compromissos voluntários para o avanço do ODS 7, que é crucial para a prosperidade e a redução das emissões de gases de efeito estufa, e, por isso, é considerado um dos pilares da Agenda 2030 nesta década decisiva para a humanidade frear os efeitos das mudanças climáticas.

As metas da Itaipu foram anunciadas pelo especialista em energia e desenvolvimento sustentável da Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Undesa), Ivan Vera, dentro da participação da Rede Global de Soluções Sustentáveis em Água e Energia, no segmento ministerial do Fórum. A Itaipu é uma das organizações fundadoras da rede, juntamente com a Undesa. Vera anunciou os Energy Compacts de três dos associados da rede: Asazgua (Guatemala), Canal de Isabel II (Espanha) e da Itaipu Binacional.

“Uma abordagem integrada em água e energia é crítica para o avanço de todos os ODS”, afirmou Vera. “Em comum, os Energy Compacts anunciados por esses integrantes da Rede Global têm os temas do desenvolvimento de capacidades, eficiência energética e promoção das energias renováveis”, completou.

A sessão de apresentação dos compromissos foi mediada por Kandeh Yumkella, ex-diretor da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e que já esteve em Itaipu para a realização do Fórum Mundial de Energias Renováveis em 2008. Yumkella lembrou de sua estada na binacional e elogiou os esforços da empresa, citando-a como exemplo para a promoção do desenvolvimento sustentável.

Serviços ecossistêmicos – As sinergias entre água, energia e meio ambiente também fizeram parte do painel “Água, alimento, sistemas ecológicos e biodiversidade: o papel das energias renováveis”, que integrou a programação oficial do Fórum nesta manhã de quinta-feira. A Itaipu foi representada nessa sessão pelo superintendente de Gestão Ambiental, Ariel Scheffer da Silva.

O painel teve como moderadora a chefe da Seção de Energia no Grupo de Sustentabilidade das Mudanças Climáticas e Recursos Naturais (UNESCWA), e participações de representantes do governo de Honduras, IIASA (International Institute for Applied Systems Analysis, da Índia), da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Eclac), e da Universidade Técnica de Valencia (Espanha).

Os painelistas defenderam a importância da promoção das energias renováveis para incrementar o acesso aos serviços (hoje, 13% da população mundial ainda não tem acesso à eletricidade, por exemplo). Mas, também, que as fontes renováveis precisam ser analisadas a partir de critérios mais amplos de sustentabilidade (não apenas a questão das emissões, mas também o ciclo de vida e outros impactos).

A partir do exemplo da Itaipu, Ariel Scheffer defendeu a hidroeletricidade como promotora da conservação ambiental. O superintendente explicou a atuação em parceria com diversos setores da sociedade, com uma abordagem de sustentabilidade territorial, e focando na garantia da segurança hídrica e energética, por meio dos serviços ecossistêmicos (serviços que a natureza presta ‘de graça’, como a purificação da água e do ar, por exemplo). A conclusão do painel é de que a manutenção das florestas é um ótimo negócio, pois garante água, alimento, energia e prosperidade às pessoas.(Da Itaipu Binacional).

 

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