O Grupo Abril entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (15), quatro semanas depois de entregar sua gestão à consultoria de reestruturação Alvarez & Marsal.
Em comunicado, justificou a decisão afirmando que busca “proteção judicial para a repactuação do seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional”.
Segundo a própria Abril, a dívida é de R$ 1,6 bilhão. Só no ano passado, o prejuízo foi R$ 332 milhões.
No cargo desde o dia 19 de julho, quando substituiu Giancarlo Civita, da família controladora, o novo presidente do grupo, Marcos Haaland, que é diretor-executivo da consultoria, comandou cortes de pessoal e de títulos.
No grupo todo, foram dispensados ao longo da última semana cerca de 800 funcionários, segundo a Abril. Entre eles, 150 são jornalistas, segundo o sindicato da categoria em São Paulo.
As primeiras demissões foram realizadas no dia 6. O pagamento das primeiras rescisões seria feito até esta quinta-feira (16), mas agora elas entram na dívida total. De acordo com o sindicato, deverão ter prioridade.
O comunicado do grupo informa que o pedido de recuperação abrange “todas as companhias operacionais, incluindo a Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações e de encomendas”, respectivamente, Dipar e Tex Courier.
A Abril Comunicações reúne agora 16 títulos, entre revistas como Veja e sites como M de Mulher, que sobreviveram aos cortes.
A justificativa para o pedido, de maneira mais ampla, é que “nos últimos anos o setor vem passando por profunda transformação tecnológica que afetou fortemente as empresas de mídia, no Brasil e no mundo, com impacto na circulação de revistas e na receita de publicidade”.