E o “fujômetro” continua crescendo

Improvisando uma pirâmide humana e usando cordas para escalar um muro de cinco metros de altura, 16 presos escaparam da carceragem da delegacia de Palmas, cidade que fica a 360 km de Curitiba. A fuga aconteceu por volta das 4h30 da madrugada desta quarta-feira (08). A Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol) acrescentou mais estes ao “fujômetro” – sistema que acompanha em tempo real os casos de fuga das superlotadas cadeias do Paraná.

O delegado da cidade, Vyctor Grotti, comenta que a carceragem está superlotada com 80 detentos. Ele conta que no momento da fuga, havia um agente de cadeia de plantão e um investigador que estava atendendo a uma ocorrência externa. Entre os fugitivos, há acusados e condenados por homicídio, tráfico, assalto à mão armada entre outros crimes.

“Cerca de 20 presos que estão na carceragem já estão condenados. Nenhum dos 80 deveria mais estar lá, porque já foram ouvidos. Agora tivemos que suspender o atendimento à população para realizar uma tarefa que não é nossa: recapturar presos e redobrar a vigilância dos que permaneceram aqui. E a Polícia Militar, que assim como a Civil já tem pouco efetivo, tem que se dedicar novamente a prender  os fugitivos enquanto a população fica desassistida”, disse Grotti.

O vice-presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (ADEPOL), Daniel Fagundes, lembra que pela Lei de Execuções Penais nenhum preso deveria permanecer nas carceragens das delegacias, após ser feito o flagrante. Já foram mais de mil fugas de presos de delegacias no último ano no Paraná. O estado concentra 11 mil detentos de forma ilegal em delegacias.

“Essa é mais uma vergonhosa estatística de fuga de presos de delegacias do Paraná. Todos os dias, a vida de policiais e de toda a sociedade é colocada em risco devido ao descaso do Governo. Cabe ao Departamento Penitenciário (DEPEN), órgão do Governo do Estado responsável pela custódia de presos, cumprir sua função e realizar as transferências necessárias dos detentos para o sistema prisional”, apontou Fagundes.

O governador Beto Richa, desde a campanha de 2010, prometeu construir 14 presídios, mas nenhum foi entregue e somente um, em Campo Mourão, está com obras, ainda no início. Até o final da tarde desta quarta-feira, três dos 16 fugitivos haviam sido recapturados.

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