Descrever a gravata presidencial é preciso

(por Ruth Bolognese) – No regime militar a cobertura jornalística das visitas presidenciais era feita de um cercadinho, onde repórteres e fotógrafos se espremiam para observar os evento e as autoridades. Ninguém podia sair dalí, circular entre os presentes, tentar fazer uma pergunta ao presidente de plantão.
O recurso que restava para não perder o pó-de-arroz era simplesmente descrever a cor da gravata presidencial, se era de seda da China, de marca francesa e por aí vai. Detalhe supérfluo? Ora, quem vive sem?

O mesmo método pode ser adotado agora em que, “por razões de segurança” (sempre elas!) o presidente eleito, Jair Bolsonaro, quis impedir a entrada de repórteres no plenário do Senado onde ele participou das comemorações dos 30 anos da promulgação da Constituição de 1988.

O presidente da Casa, Eunício Oliveira, liberou geral a entrada da imprensa mas, diante da primeira pergunta incômoda – o cancelamento da visita da comitiva do Egito – o presidente eleito simplesmente interrompeu a entrevista.

Melhor é voltar à descrição da gravata.

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