Após quase um quarto de século à frente da Amai (Associação de Defesa dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas do Paraná), o coronel Elizeu Furquim se prepara para deixar sua presidência. Confessa que o câncer que venceu e o AVC que sofreu recentemente obrigaram-no a rever seu modo de vida e concluiu que precisa descansar.
Nesta entrevista, dada para boletim interno da Amai, Furquim faz um balanço da atuação e das conquistas que a entidade alcançou no período, sobre a importância do relacionamento com os governantes e a classe política e, por fim, recomenda o nome do coronel Marcos Wosny para sucedê-lo.
Coronel Furquim, o senhor será candidato à reeleição?
Não pretendo. Após 25 anos, quero muito continuar colaborando, mas acredito que não devo mais ficar à frente, por questões de saúde e familiares. Minha família reclama minha presença e minha saúde após o câncer e o AVC não me recomenda tanto estresse e atividade. Mas tenho a certeza que a AMAI seguirá em boas mãos, mantendo-se hígida financeiramente, seguindo estritamente a ética e na defesa implacável da família miliciana, defendendo o policial e o bombeiro, o ser humano que habita a farda.O senhor, assim como a AMAI, tem sido criticado pelo apoio ao candidato Beto Richa?
São os famosos “profetas do passado”, depois de transcorridas as eleições e o governo, eles ficam parados no “se”. Há uma confusão grosseira, de pessoas sem o menor traquejo político. Eu, como político, já fui aliado de Requião, Lerner, Fruet (o pai), José Richa e também Beto Richa. A AMAI tem que ter um relacionamento republicano com todos os governantes. No período de campanha de 2010, nossa preferência pessoal era por Osmar Dias, e o histórico de Beto não foi de todo ruim, a forte ligação da PM com José Richa foi um facilitador, porém, lembram todos, no começo fizemos forte oposição a Beto. Ele não regulamentou a Emenda 29, mesmo ela tendo sida aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa. Ele também era contra a inclusão de soldado com curso superior.
Após idas e vindas, em 2012, finalmente conseguimos a maior vitória durante a gestão de Beto: o subsídio, luta desde 1998 da AMAI, e imediatamente os praças da PMPR recuperaram o 2º melhor vencimento do Brasil por um tempo bastante razoável.
Na eleição de 2014, reunimos o Fórum, estabelecemos uma pauta, e apresentamos a todos os candidatos. Beto se comprometeu a cumprir, seus adversários tinham viés ideológico. Está na Cartilha do PT, “extinguir as polícias militares” e a opção menos pior, naquele momento, era Beto.O segundo mandato não foi bom para os servidores, mas os militares tiveram alguns avanços: Pagamento das promoções e progressões e remoções em atraso; pagamento das diárias da operação verão em atraso; abono permanência em dobro após 30 anos de serviço; carreira para os praças (promoção a 3º sargento por antiguidade absoluta que a reforma de Cida retirou); mesmo no caso do Auxílio Invalidez, retirado pelo Baiano (secretário da Fazenda, Mauro Ricardo) por decreto de Beto Richa, mesmo com atraso de dois meses, restituiu aos militares estaduais, e só para eles, o auxílio invalidez.
O Beto é candidato, ele se pôs a julgamento, quem não gostou da administração dele que não vote nele. O voto é individual e livre, é responsabilidade de cada eleitor. Quem fala mal da AMAI, o faz maldosamente, esquece que a AMAI é a soma de todos e cada um de seus associados, falar mal da AMAI é falar mal de si próprio.E nas próximas eleições, a AMAI recomenda o voto para candidatos?
Olha, o panorama não mudou muito, a esquerda e o PT ainda querem a extinção da PM, enviamos o mesmo questionário a todos os candidatos, cada associado que leia e escolha. Para deputado temos os nossos associados candidatos, entre os quais, sargento Fahur e Sargento Aleixo. Mas sozinhos eles nada farão, precisam de apoio da bancada. Seria um ingrato se não citasse o senador Álvaro Dias, que sempre nos abriu as portas no Senado, é o único que defende o Estado.
O deputado federal Rubens Bueno, líder do PPS, é um baluarte na Câmara Federal. No Estado, Pedro Lupion sempre nos une e recebe. Romanelli, que já foi vereador conosco. Stephanes Júnior que, quando secretário da administração, nos livrou do teto infraconstitucional. Professor Lemos, que primeiro acreditou na PEC 64. E Márcio Pacheco, ex PM e ex policial federal, que a cada lei na ALEP sempre nos avisa e patrocina nossas reivindicações, inclusive foi autor de MS para a ajudar a AMAI a garantir o auxílio invalidez. Fui Vereador em Curitiba e sei quanto é difícil cada voto, por isso recomendo que cada um vote com consciência, essa é a beleza da democracia.Suas considerações finais.
Não será final, apenas recomeço. Torço muito pela diretoria do Coronel Wosny e do subtenente D’almeida, a união da inteligência aguçada com a experiência de vida e associativa. A AMAI é e continuará sendo a Entidade que luta por você.
Já vai muitíssimo tarde! Fez muito mal para a polícia militar. Podia levar junto o tal Coronel César, dr google, e meia dúzia de advogados que só ficam tomando café e prometendo, prometendo, prometendo…