Conselho de Ética da Câmara  arquiva representação contra Ricardo Barros

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça (23), por 13 votos a 6, o arquivamento da representação contra o líder do governo Bolsonaro na Casa, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR).

A representação contra Barros foi apresentada em julho pelo PSOL. Para o partido, Barros foi fundamental para o acordo da Covaxin com o Governo Brasileiro”. Mais do que isso, o partido diz que Barros “participou diretamente ou por interpostas pessoas, do começo, do meio e do fim de um processo bilionário eivado de suspeitas e ilegalidades”.

Nesta terça-feira, o líder do governo voltou a dizer ao Conselho de Ética que o presidente Jair Bolsonaro apenas perguntou ao deputado federal Luis Miranda sobre a participação dele (Barros) na compra da Covaxin, em vez de afirmar.

À CPI da Covid, no Senado Federal, Miranda não disse tratar-se de uma pergunta. O que Miranda disse foi, como mostram as notas taquigráficas do Senado: “O Presidente entendeu a gravidade. Olhando os meus olhos, ele falou: “Isso é grave!” Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome pra mim, dizendo: “Isso é coisa de fulano”. Não me recordo. E falou: “Vou acionar o DG da Polícia Federal, porque, de fato, Luis, isso é muito grave, isso que está ocorrendo”.

Posteriormente, Miranda admitiu aos senadores que “fulano” era Ricardo Barros.

Procurado pelo site O Antagonista, Miranda disse nesta terça-feira o seguinte, por WhatsApp: O presidente quando viu a foto do Ricardo Barro[s], disse: isso é coisa do Ricardo Barros… (tom nem de pergunta e nem de afirmação), na sequência perguntou “sabem me dizer se ele está envolvido?”E acrescentou: “Nossa resposta foi de que não tínhamos informações de nomes de envolvidos, mas trazíamos a preocupação com as irregularidades do contrato e o próprio Presidente entendeu que era grave, gravíssimo”.

Entre os fatos citados na representação, está a emenda apresentada por Barros que incluiu a autoridade sanitária indiana na lista de agências cujas recomendações obrigariam a Anvisa a emitir uma avaliação.

O governo assinou contrato de compra da Covaxin em fevereiro deste ano, antes de fechar as compras das vacinas da Pfizer e Janssen. O Ministério da Saúde cancelou o contrato em agosto, mais de um mês depois de o laboratório indiano Bharat Biotech anunciar a rescisão do acordo com a Precisa. (De O Antagonista).

 

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