Como era ser governador em 1960, na visão de um assessor

Em 1998, o jornalista José Wille entrevistou o ex-deputado Norton Macedo (falecido em 2010) um dos amigos e mais próximos assessores de Ney Braga desde a primeira gestão do governador, nos primeiros anos da década de 1960. Este trecho dá ideia do que é ser um governador de verdade:

E o cotidiano de Ney Braga? Como era o ritmo de trabalho nessa fase, no começo da década de 60, quando ele estava, pela primeira vez, no Palácio Iguaçu?

Como era ser governador em 1960, na visão de um assessor

Era um ritmo fatigante, porque ele era o primeiro a chegar ao Palácio e o último a sair. Uma atividade intensa, conhecendo profundamente cada setor da atividade governamental. Tinha controle dos seus auxiliares, através até de um aparelho com o qual fazia reuniões de secretariado, ligando diretamente aos secretários do estado. Tecnicamente, não sei definir. Mas era o grande monstro que assustava os auxiliares, porque era a presença do governador ao lado de cada um durante todo o dia. Ele cobrava tudo, ele sabia o andamento de tudo! Ao fim do dia, seguindo o exemplo do grande paranaense que foi Caetano Munhoz da Rocha, ele ligava para o secretário da Fazenda para saber a receita do dia, para saber os acontecimentos da área de arrecadação, tudo, tudo… Tudo sob seu controle pessoal. Essa atividade intensa que ele dedicava a todos os setores evidentemente se refletia muito dentro do Palácio, fazendo com que o trabalho fosse intenso e permanente, mas não desgastante. A gente trabalhava com muita vontade de fazer e realizar alguma coisa e creio que se pode dizer que isso tudo foi feito pelo governo Ney Braga. Realmente, marcou época na vida do Paraná e há quem se refira, embora eu não goste muito desta expressão, ao Paraná antes de Ney Braga e depois de Ney Braga. Não sei se isso é verdadeiro, mas 1960 realmente foi um marco na vida do Paraná.

(a entrevista completa de Norton Macedo você lê no Portal Memória Brasileira, mantido por Wille)

4 COMENTÁRIOS

  1. Na vida eu assim, em qualquer ambiente e em qualquer projeto que vc almeja êxito, vc tem que fazer assim, acompanhar medir, ajustar. Quando a gente fala isso é determinados laboratórios…logo escuta um:” que controladora, quer ser a dona que obsessiva, ET” e outros termos que descrevem pejorativa a dedicação. Ser medíocre é muito confortável.

  2. A conclusão é de que fomos do zero à direita para o zero à esquerda; do, talvez, o melhor governador do Estado para, com certeza, o pior de todos os tempos. Algo está errado e, necessariamente, não é a cadeira do governador, é o palácio inteiro e adjacências !

  3. O Beto faz tudo isso e ainda opuxa academia de manhã e à tarde, e ainda pilota um kart nos corredores do Palhaço do Governo. Fichinha!
    E ainda fiscaliza os parentes distantes.

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