O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) adiou mais uma vez a análise do processo que apura se o juiz Sergio Moro cometeu crime contra a Constituição por ter dado publicidade ao áudio de escuta telefônica entre Lula e Dilma após o horário em que o próprio juiz da Lava Jato havia determinado o fim do grampo no telefone do ex-presidente, em 16 de março de 2016.
No áudio, Dilma prometia a Lula enviar-lhe o documento de posse na chefia da Casa Civil. Às vésperas da posse, Moro tornou pública escuta – considerada ilegal por envolver a Presidência da República e por ter sido feita após o horário permitido.
Responsável pela ação, iniciada há dois anos, o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), acusou a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, que também preside o próprio CNJ, de blindar o colega de toga. O deputado disse que, “mais uma vez” Cármen Lúcia preferiu postegar a apreciação do processo, deixando “evidente” a blindagem, pois cabe à ministra escolher os temas que entrarão na pauta do CNJ. Para Paulo Pimenta, o Conselho enfrenta um dilema devido ao corporativismo.
Em todas as palestras ou entrevistas que o ilustre juiz profere ou concede, ele adora citar o sistema jurídico norte-americano como exemplo . No entanto se aqui no Brasil fosse como nos Estados Unidos, sua excelência seria no mínimo condenado à prisão perpétua por divulgar áudios de um presidente sem autorização legal da Suprema Corte. E sem direito à apelação. A sorte é que o conterrâneo de Ricardo Barros é juiz na república de Curitiba. E aqui se cumpre a lei de acordo com a cara do freguês. Ou melhor, de acordo com o sobrenome do freguês, como manda a tradição curitibana.