(por Ruth Bolognese) – Muito se escreveu sobre o papel descartável que Beto Richa passaria a ter depois de deixar o governo nas mãos da família Barros. Por previsível e lógico, devido ao recall de denúncias contra o ex-governador.
Deu no que deu. A família Barros deu um tchau-tchau protocolar e rifou Beto Richa do seu projeto eleitoral sem piscar.
Mas entramos, a partir desta segunda-feira, no conturbado mundo da campanha eleitoral e tudo depende, diretamente, dos pontos que a governadora-candidata, Cida Borghetti e suas siglas coligadas venham a apresentar nas próximas semanas. Se permanecer em um dígito ou pouco mais, terá porém cacife para negociar no segundo turno e pronto.
Se começar a subir e apresentar uma ameaça, por mais leve que seja, de ir para o segundo turno, virá à tona o fato de ter ocupado por 3 anos e 3 meses o cargo de vice-governadora. E, como tal, de ter concordado silenciosamente com todas as decisões tomadas, inclusive na campanha eleitoral que o levou à reeleição e ela ao cargo de sucessora em potencial.
O silêncio da vice-governadora foi cúmplice. E nem por isso menos responsável. Conviveu, elogiou, aproveitou, utilizou tudo de bom (e de ruim) que o governo Beto Richa produziu.
O caráter mais desolador da política é abandonar o companheiro pra morrer quando a batalha induz à retirada.
Na verdade o Beto exigiu ser candidato único ao Senado, de maneira que Cida traísse Alex Canziani.
A Família Barros tem palavra. Podem listar dezenas de defeitos, mas jamais a falta de palavra.
Beto será candidato a Dep. Federal e poderá ser eleito. Friamente, considerando o quadro instalado e os documentos que podem eventualmente emergir do MPF nas próximas semanas, a candidatura de Beto ao Senado está em tese condenada.
Analistas políticos dizem que essa eleição será a eleição da punição, onde a raiva é sentimento predominante nos eleitores.
Os 4 nomes viáveis ao Senado são Requião, Flávio Arns, Alex Canziani e Delegado Francischini.
Friamente: Beto não tem chance alguma.
Seu cacife político foi reduzido a isso: quem sabe talvez ser eleito deputado.