Talvez seja exagerado aqui lembrar do verso “Cesse tudo quanto a antiga musa canta”, presente na monumental obra de Camões Os Lusíadas, mas serve considerar que acontecimentos extraordinários da noite de quarta-feira (3) tendem a mudar um cenário que já vinha sendo espalhado como imutável: a desistência de Osmar Dias (PDT) de disputar o governo do estado.
Abalado pela coligação entre o Podemos de Alvaro Dias e o PSC de Paulo Rebello, que decidiram formar chapa de candidatos a presidente da República e vice, com efeitos que supostamente seriam desastrosos para Osmar, o candidato decidiu reagir. Está encontrando apoio de outras legendas que se manifestam dispostas a vitaminar a magra coligação que havia firmado apenas entre os pequenos PDT e SD, que lhe daria apenas 40 segundo de televisão e nenhum recurso para tocar uma campanha razoável.
Outro fator para uma eventual mudança de cenário foram as centenas de apelos de todo o interior que recebeu para que mantivesse a candidatura, ainda que sem a estrutura político-partidária desejável em tamanho, mas em suficiente em qualidade e coerência programática.
Ao longo desta sexta-feira (3) e até no sábado (4), dia em que o Podemos faz em horários diferentes suas convenções nacional e estadual, há chance de serem agregadas outras legendas em torno da candidatura de Osmar. Coordenadores de sua campanha puseram-se em campo, trabalham neste sentido e encontram receptividade.
Vários partidos que fizeram convenções ao longo da semana deixaram suas atas em aberto e deram liberdade às suas respectivas comissões executivas para que concluíssem as conversações para a construção das chapas majoritárias e proporcionais. São estas siglas que estão na mira dos principais articuladores da campanha de Osmar como passíveis de aproximação.
Não há nada certo, não há compromissos de parte a parte. Mas há boa vontade em conversar. O que pode dar certo – ou não.
Maiores detalhes ao longo do dia.