Os cabelos pretos e brilhantes, a barba sempre bem feita, a roupa casual, o modo ágil de andar e gesticular, a fala rápida, o sorriso fácil a mostrar-lhe brancos dentes, o olhar plácido que nunca denota fúria ou tristeza, só alegria – todo este conjunto de atributos empresta ao candidato Carlos Ratinho (PSD) o ar da juventude, a condição de representante perfeito do “novo” biológico e político, do moderno, distanciando-o da “velha” política. E tudo isso emoldurado pelo apelido Ratinho que herdou do pai para acentuar o caráter da meninice ligeira com que se move entre os eleitores com abraços, beijos e as indefectíveis criancinhas que carrega para fotos e vídeos.
Tudo isto explica muito o favoritismo com que aparece nas pesquisas e que apontam para ele uma provável vitória fácil nas eleições de outubro, talvez até já no primeiro turno. Os eleitores gostam de aparências, geralmente mais eficazes do que discursos profundos e distantes da compreensão intelectual do povo simples, dos radicalismos ideológicos que espantam a esquerda ou a direita, ou que retratem realidades mais duras e incômodas.
A construção desta imagem – em tudo parecida com o que o candidato realmente representa – constitui-se numa boa estratégia eleitoral e explica em grande parte o sucesso das votações extraordinárias que conseguiu nas eleições parlamentares que já disputou – e que por pouco não o tornaram prefeito de Curitiba em 2012.
Mas sejamos sinceros: tudo isso é superfície, é verniz que não resiste à passada de um bombril, a uma escovadela pouco mais severa. A imagem exterior de Carlos Ratinho parece corresponder perfeitamente ao vácuo interior quando promete chuvas de maná no deserto ou lança ideias tão vagas quanto inúteis para quem se dispõe a governar um estado com finanças postas artificialmente no limite.
Os programas de rádio e tv nos blocos principais, assim como as inserções veiculadas nos intervalos, as entrevistas e os debates de que participa dão a dimensão do estado gasoso de suas propostas. Um olhar pouco mais crítico do conteúdo do seu plano de governo mostrado na propaganda leva à impressão de que, mais do que juventude, Carlos Ratinho parece não ter ainda se livrado de algumas infantilidades.
Ainda que não se constituam molas mestras do seu programa de governo, propostas como a de “acabar com as mordomias” beiram à infantilidade, para não dizer que são uma brincadeira popularesca, com evidente viés demagógico. Se o candidato as leva a sério, o observador pouco mais arguto, ao contrário, percebe que está diante de alguém que não condiz com a expectativa de que o Paraná anda há 30 anos ou 40 anos precisando de governantes de maior porte.
Exemplos disso são suas afirmações de que vai acabar com as “regalias monárquicas”, com as “mordomias”, e que, para tanto, vai vender a ilha e a chácara do governador para aplicar os recursos em áreas essenciais. Engole estas ideias quem desconhece que a ilha do governador a que se refere Carlos Ratinho é a Ilha das Cobras, no Litoral do estado, um santuário ecológico que, ao contrário de ser vendido, deve ser é protegido pelo estado – a despeito de haver lá uma residência que, eventualmente, até possa servir a um governador.
Ou que desconheça que na “chácara do governador” – ou, mais propriamente, a Granja da Canguiri – não está situada apenas uma velha residência oficial, mas que também é local para o Complexo Newton Freire Maia, formado pelo Parque da Ciência Newton Freire Maia, um espaço dedicado à divulgação científica e tecnológica, e por vários outros órgãos do governo, como o Colégio Estadual de Ensino Profissionalizante e o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), entre outros.
Medidas como estas não fazem cócegas para a resolução de problemas mais graves e mais urgentes com que fatalmente se defrontará o próximo governador, que tomará posse de um governo com arrecadação insuficiente para cumprir se não o básico, com desafios urgentes como o de salvar a falida Paraná Previdência, de aparelhar a segurança, tirar a educação do atraso, cumprir suas obrigações com a saúde pública…
A continuar assim, com projetos “inovadores” a revestir um discurso “velho”, Carlos Ratinho corre o perigo de envelhecer com mais velocidade do que o Retrato de Dorian Gray.
Cada um tem sua opinião vivemos numa democracia. Juninho ou ratinho parece ser o melhor de todos pois até agora só falou de seus projetos e nao fica falando mal de seus adversários.
Rato Jr. é um invertebrado gasoso.
E vamos lá…. a Chácara do Governador…. é uma área de mais de 400 hectares de posse da Emater, da Secretaria de Saúde e do Iapar…. os demais são do Governo Federal… Estão incluídas na APA do Rio Iraí, que tem Zoneamento Ecológico Econômico que limita em muito o seu uso…. ou seja….não sabe do que está falando!!!1
Só nos resta recorrer ao Papa Chico. Se o Beto que é discípulo do Lerner, já foi uma lástima(já devia estar preso), imaginem o rato(supondo que se eleja) que é discípulo de Beto, tamanho será o desastre. Este, com o agravante que terá um ratão vagando pelo Estado. Valha-nos chico.
Até q enfim um texto com alvo certeiro e argumentos concretos e fatos pormenorizados.
Mas devem estar sendo bem pagos pra escrever essa matéria hein! Desespero!
Eis um texto a altura de uma análise política – parabéns