O presidente Jair Bolsonaro voltou a disparar contra a imprensa na manhã desta terça-feira (8). Foi na frente do Palácio da Alvorada e ocorreu logo após a oração de um pastor que pedia, entre outras coisas, que “a mídia” pudesse ser “veículos da verdade”. Um jornalista, então, fez uma pergunta a respeito do vazamento de óleo na costa brasileira. Bolsonaro afirmou que tinha um país “no radar”.
Questionado se esse país seria a Venezuela, o presidente disse que o assunto é “reservado”. “Eu não posso acusar um país. Vai que não é aquele país. Eu não posso criar um problema com outro país. É reservado”, repetiu. Sobre o volume de óleo, Bolsonaro afirmou que não está sendo constante. “Se fosse de um navio, estaria saindo. Parece que, criminosamente, algo foi despejado lá”, disse. “Uma coisa importante que a densidade é um pouquinho maior que a da água salgada. Então, não fica na superfície. Ele está submerso”, relatou.
Em seguida, um repórter perguntou ao presidente sobre as acusações de tortura pela Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária no Pará, sob investigação do Ministério Público Federal, revelada pelo jornal O Globo.
O presidente se recusou a responder e seguiu em direção ao carro, mas parou em seguida e disse que não é pastor. Acrescentou que precisa dizer uma coisa e estendeu a mão como se fizesse uma oração. “Meu Deus, salve, lave a cabeça dessa imprensa fétida que nós temos. Lave a cabeça deles. Que bote coisas boas dentro da cabeça. Que possa perguntar e ajudar com sua matéria para salvar o nosso Brasil. Eles não viam problemas em governos anteriores. Vocês são importantíssimos para salvar o Brasil”, afirmou.
Enquanto Bolsonaro falava, se ouvia pessoas gritando amém. O repórter insistiu. Perguntou se o presidente não acharia a apuração importante. Mas a pergunta foi abafada por aplausos e gritos de “mito”.