O presidente Jair Bolsonaro respondeu nesta quinta-feira (19) com insinuações sobre o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), ao ser perguntado sobre a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro, (MPRJ) em endereços do senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ), o “filho 01”, e de seus assessores. Questionado se o MP persegue Flávio, o presidente respondeu: “Vocês sabem o caso do Witzel, foi amplamente divulgado aí, inteligência levantou, já foi gravado conversa entre dois marginais citando meu nome para dizer que eu sou miliciano. Armaram”. O presidente não deixou claro sobre qual levantamento de “inteligência” se referia.
As primeiras declarações de Bolsonaro sobre a ação foram feitas em frente ao Palácio do Alvorada. “Pergunta para o advogado”, afirmou Bolsonaro ao ser perguntado sobre o caso. “Eu respondo por mim”, disse, minutos depois. O presidente afirmou que já foi injustamente acusado de crimes de racismo e ambiental. “Vamos falar do meu caso? Eu respondi por racismo por três anos, vocês todos desceram a pancada em mim. Chegou-se a conclusão que a fita foi editada”, disse.
O presidente disse que se reuniu com Frederick Wassef, advogado de Flávio, horas após a operação. “Ele é meu advogado no caso Adélio”, disse.
A operação – O MP do Rio realizou, nessa quarta-feira, operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro, seus ex-assessores, entre eles Fabrício Queiroz e parentes da ex-companheira do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle. As buscas aconteceram em endereços da capital e em Resende, no sul do Estado do Rio.
A operação se deu no âmbito da investigação que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando ele era deputado estadual. À reportagem, o advogado de Flávio, Frederick Wassef, afirmou que uma loja de chocolates do senador foi alvo da operação. “Invadiram a empresa do meu cliente, mas certamente não vão encontrar nada, simplesmente porque não existe nada que o comprometa. Vão pegar documentos, informações do dia a dia de uma empresa de chocolates, nada mais”, declarou. (CP).