Beto, Pepe e Abi pedem à Justiça que anule delação de Tony Garcia

A delação-bomba que o ex-deputado e empresário Tony Garcia foi a origem de toda a desgraça política e pessoal que se abateu sobre o ex-governador Beto Richa, membros de sua família e seus mais próximos amigos e assessores. A delação foi prestada no fim de junho; em agosto foi homologada pela Justiça; em setembro, Beto, a esposa Fernanda, o irmão Pepe, o primo Luiz Abi Antoun, os secretários Deonilson Roldo e Ezequias Moreira e o amigo/sócio Jorge Atherino estavam todos presos.

Em outubro, para coroar a implosão do grupo provocada pela delação, Beto se viu derrotado em sua pretensão de se eleger senador. Obteve apenas 3,7% dos votos, ficando na sexta posição misturado entre os candidatos de partidos nanicos que também concorreram. Foi o resultado da repercussão negativa das denúncias junto ao eleitorado.

A reação só surgiu agora, bem depois do estrago feito: Beto Richa e Pepe Richa pediram ao TRF4 um salvo-conduto para afastar o risco de novas prisões. Fizeram mais do que isto: segundo revelou reportagem da Gazeta do Povo desta quarta-feira (17), os dois e mais o primo Luiz Abi Antoun requereram ao juiz da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, Fernando Fischer, para que anule a delação de Tony Garcia, assim como as provas em áudio, vídeo e mensagens eletrônicas que foram anexadas à delação.

Se alcançarem este objetivo, ficarão hipoteticamente livres das acusações que pesam contra eles de participação nos esquemas de obtenção de propinas pagas por empresas que se habilitaram a fornecer máquinas para as Patrulhas do Campo – programa lançado no início do primeiro mandato de Richa no valor de R$ 100 milhões.

Eles alegam que as peças anexadas à delação não são confiáveis; que os áudios podem ter sido editados; que as vozes registradas não foram devidamente identificadas; que as mensagens trocadas por aplicativos de celular não indicam, necessariamente, a origem e a autoria das chamadas e também podem ter sido adulteradas. Isto é, desacreditadas e anuladas as provas, cairia por terra todo o inquérito feito pelo Gaeco e, consequentemente, a ação penal a que passaram a responder perante a Justiça.

Tony Garcia dá risada. Diz que todo o material probatório foi submetido a perícias técnicas antes de ser incluído em sua delação e que os relatos que fez aos promotores do Gaeco foram corroborados por estas provas e pelas investigações que o Ministério Público procedeu a seguir.

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