Beto, Cida e Ratinho Junior: simpatia, carisma e superficialidade

(Ruth Bolognese) – A geração que ocupou o espaço político no Paraná pós José Richa, Alvaro Dias e Jaime Lerner está hoje ou comandando o Paraná, como Beto Richa, ou se candidatando para comandar, como a Cida Borghetti e o Ratinho Junior.

A marca de José Richa e Alvaro foi a oposição à ditadura e a luta pela democracia com a densidade que se exigia naqueles tempos, legados superados pelos fatos. Jaime Lerner foi inovador e, por ser característica subjetiva, não se disseminou.

Esperava-se que os descendentes dessa geração, corajosa e ousada em seu tempo e espaço, fossem além. E, forjados pelos exemplos do passado, livres das amarras ideológicas, contribuíssem com novas ousadias no campo do crescimento econômico, infraestrutura, novas ideias de gestão e meio ambiente.

O que se viu até agora, decepcionou. O filho de José Richa, promessa de choques de gestão e administração modernas, quase faliu o Paraná. E só não o fez porque implantou ajustes fiscais que tiraram do bolso do contribuinte tudo e mais um pouco para corrigir o déficit nas contas. Depois de 8 anos, nada deixará como marca de sua passagem pelo Palácio Iguaçu.

Nesse compasso, surgem uma bela mulher, Cida Borghetti, e um simpático político, Ratinho Junior, que se apresentam como novas opções para o cargo de Governador. Na mesma linha de Beto Richa, ambos primam pela simpatia e pelo carisma: Cida, a Belezura, é amiga de todo mundo, sempre sorrindo e distribuindo afagos por onde passa. Ratinho Junior, uma versão mais light do Luan Santana, mas sem o talento pra cantar, não faz inimigos, não entra em polêmicas e nem se expõe a nada.

Nem Beto Richa, Ratinho Junior e muito menos Cida Borghetti sabem do que falam quando se referem ao presente e ao futuro do Paraná. Flanam no potencial de um estado que praticamente caminha sozinho, produtor insuperável de alimentos e que se sustenta no trabalho e na capacidade dos paranaenses em evoluir, em todas as áreas.

Os três, com a simpatia e o carisma que os caracterizam, desfilam pelo Paraná falando o óbvio como cuidar da educação e da saúde, debater o pedágio, construir estradas e presídios. Mas estão a quilômetros de distância do que se espera de governantes que fazem a diferença, como o fizeram José Richa, Alvaro Dias ou Jaime Lerner. São superficiais e despreparados. Beto Richa teve 7 anos para deixar claro tudo isso. Os outros dois seguem o script. Uma pena.

6 COMENTÁRIOS

  1. Enquanto isso…
    Cida termina seu curso superior presencial?
    Alguém viu uma ART paga para o senhor Beto Richa no CREA?
    E o Ratinho Junior conseguirá escrever um texto de 3 parágrafos ou um ofício?

  2. Grande texto e maior ainda a reflexão. Senti a tristeza de cada palavra escrita. A galera mais nova e que acha que entende de tudo, não tem a menor ideia do que já foi o Brasil e de quem já foram estas pessoas que hoje ainda estão aí.
    A decepção com o Richa vai além da falta de aptidão para o cargo é muito pela afinidade que ele tem com a apropriação do que é público para fins pessoais. A inépcia levou à intervenção do psdb através do sec. de Finanças que foi imposto.
    Sobre os Barros, dali mesmo não vai sair tijolo. É um agregado que têm uma grande vocação para se transformar na família Sarney do Paraná, visto que a configuração, postura e o modo de operação dos clãs é o mesmo. Se Maringá, curralão da famiglia, fosse isso tudo não perderia no IDH para Bal. Camboriú, Niterói, Joaçaba e S Jose-SC por exemplo.
    Difícil e pensar no Ratinho fora do bolso do pai. É ali que está a fonte do “poder” e “carisma” do cara. Ainda esta em busca de algo que o tire da irrelevância politica visto que ele e quem gravita ao redor quer é grana.
    Por isso que o Requião, que tem um monte de defeitos ainda consegue se distinguir. Mas também não é uma Brastemp.
    O Álvaro nunca mais foi testado como Administrador pois não deixou nenhuma marca relevante no imaginário da população fora a borrachada, até aquele momento inédita, nos professores.
    E se não faz a rodar girar de novo, mas nós perdemos a chance de testar um quadro que aparentemente na administração é o melhor de todos que é o Osmar, que por isso acho que sempre foi muito boicotado pois falar bem e ser arrogante e a aparência no PR valem mais que tudo.
    E a reflexão da D. Ruth não foi à sucessão que já está preparada com cada clã já tendo seus pupilos com mandato.
    Muito disso é sustentado pela mídia local que não consegue se desvencilhar da conivência e nem na época da Internet consegue ter uma narrativa coerente coma realidade.
    Portanto, viva o ContraPonto que está tentando manter um olhar diferenciado, mesmo com toda a pressão contra que possa estar sofrendo
    OS
    Acima falei do IDH. Pergunta: Por que um estado do tamanho e com o número de habitantes que tem Santa Catarina, consegue ter 6 cidades entre os 25 melhores IDHs do Brasil e o Paraná somente 2?
    As respostas estão nas entrelinhas do texto da D. Ruth

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