O ex-governador Beto Richa é um poço sem fundo de mágoas. A multidão de amigos que o cercava nos tempos áureos desapareceu. Não poucos políticos devem o que são graças à ajuda dele, mas foram estes, principalmente, os primeiros a abandoná-lo nos momentos em que ele mais precisava. Reclama que nem sequer recebia telefonemas de solidariedade, de conforto moral, quando passou pelo sofrimento da prisão. Também não contou com quase ninguém, entre os antigos aliados, a ajudá-lo na disputa pelo Senado. Todos sumiram.
Mas há um caso que o deixa particularmente aborrecido. Beto não esconde a decepção que agora devota ao prefeito Rafael Greca, que só está no cargo graças ao apoio que lhe deu durante a campanha de 2016. Mais: Greca só pôde anunciar grandes obras para Curitiba, como a pavimentação de 230 ruas, construção de trincheiras e viadutos, graças à generosas verbas liberadas pelo governo do estado. Mais do que isso: Greca deve à atenção de Beto grande parte do alívio que conseguiu nas contas municipais.
Mas bastou Beto Richa deixar o Palácio Iguaçu em abril passado para que o prefeito imediatamente se abraçasse à nova governadora, Cida Borghetti, e ao marido dela, o deputado Ricardo Barros, que sabotavam até mesmo a participação dele como candidato a senador na chapa oficial. Greca esqueceu a candidatura de Beto Richa e passou a trabalhar por Alex Canziani, o outro candidato da chapa.
A promessa de Rafael Greca de apoiar a candidatura do filho Marcello Richa a deputado estadual (poucos votos em Curitiba) também não foi cumprida. O prefeito optou por dar prioridade a um candidato próprio, o vereador Pier Petruziello, que ficou muito longe de se eleger. Aliás, também não despendeu esforços para melhorar a votação da deputada Maria Victória, filha do casal governante Cida/Ricardo Barros. Ela teve 10 mil votos em Curitiba, menos do que em sua eleição de estreia há quatro anos.
Beto Richa não se conforma com a ingratidão de Greca, mas, conhecedor da história, compreende. Lembra que o prefeito se comportou de maneira igual quando abandonou o padrinho Jaime Lerner para se aliar ao desafeto Roberto Requião lá nos idos de 2002. Depois, foi se desvencilhando de Requião para se aproximar de Richa. Ganhou seu discreto mas efetivo apoio para ganhar a eleição de 2016, e dele ganhou tudo o que podia para dar lustro à administração municipal. E depois, com Richa já fora do poder, se rendeu aos encantos de Cida Borghetti e Ricardo Barros.
Mas espere mais esta informação: na semana passada, poucos dias após a eleição que consagrou a vitória de Ratinho Jr. para o governo do estado, o prefeito tomou rápido o rumo do governador eleito. Até já almoçaram juntos, gesto que se não diz muita coisa, vem que vem sendo complementado por outras providências de clara adesão.
Traiu Lerner, traiu Requião, traiu o Beto, traiu a Cida, traiu os funcionários da PMC, você acredita nele, conversa e vota ainda?
O alcaide ao longo da vida, só não traiu minha Margarita.
Essa sabe das coisas.
Quando o artista não tem audiência, ele perde o horário nobre, mas isso não quer dizer que os patrocinadores dele desistam… Apenas, e apenas “o dono do circo” dará prioridade ao encantador absoluto… o resto são favas, e a plateia imbecilizada acreditará no espetáculo apresentado.
Sendo um dos primeiros a perceber o nível de comprometimento de Greca para com seus aliados, Jaime Lerner parece preferir encontrar com o o Diabo, mas não cruzar com o atual prefeito. Se isso por si não serviu de lição aos que recebem o abraço de urso do alcaide, nada mais servirá.
O playboy está reclamando do quê? Há secretários do Greca que foram indicados pelo tico tico e continuam lá até agora. O Greca devia mandar esse povo para o olho da rua, mas como não sabemos quem manda nessa prefs, a coisa continua domo dantes no quartel de abranches!!!
O marcello richa nao se elegeu.
“A promessa de Rafael Greca de apoiar a candidatura do filho Marcello Richa a deputado estadual (eleito, mas com poucos votos em Curitiba): … Marcello Richa elegeu-se?
Marcello Richa não se elegeu. O blog pede desculpas pelo engano – já corrigido.