As bactérias morreram e a usina de biogás da Sanepar está parada

Um desentendimento entre as sócias Sanepar e a empresa Cattalini provocou a morte das bactérias que deveriam gerar gás metano para fazer funcionar os geradores de energia elétrica da usina da CS Bioenergia, instalada às margens da estação de tratamento de esgotos do Belém. Parada desde dezembro, os tanques que armazenam material orgânico proveniente do esgoto enriquecido com rejeitos vegetais da Ceasa resfriaram, o que inibiu a ação das bactérias e causou a morte das coitadinhas, segundo revelaram ao Contraponto vozes abalizadas que ocupam gabinetes importantes da Sanepar.

O assunto passou a ser tratado como piada entre engenheiros e técnicos, que assistem mais um episódio de um negócio colocado em dúvida desde que, em 2014, a Sanepar e a Cattalini resolveram se associar no empreendimento que, pelas previsões mais otimistas, deveria gerar energia suficiente para abastecer cerca de duas mil moradias. A Sanepar, que inicialmente detinha 40% do capital da usina, investiu mais de R$ 100 milhões no projeto.

A previsão era de que a unidade deveria se tornar operacional no fim de 2016, mas até hoje – devido a problemas tecnológicos e societários – a usina funcionou apenas em caráter experimental. Chegou a produzir gás e por um tempo fez funcionar seus geradores – mas a energia produzida se perdeu porque não houve acordo de venda para a Copel.

A situação se agravou em dezembro passado, quando a Cattalini pediu à sócia Sanepar um empréstimo de R$ 10 milhões para investir em equipamentos e corrigir as deficiências técnicas da CS Bionergia. A Cattalini alegou que não poderia recorrer à rede bancária por razões cadastrais. A Sanepar negou, mas abriu a possibilidade de injetar mais capital, o que aumentaria seu quinhão na sociedade e diminuiria a participação da Cattalini.

O impasse não foi resolvido até agora, mas provocou a paralisação da usina, com o consequente resfriamento dos tanques e o cultivo das bactérias que trabalhavam para produzir gás.

19 COMENTÁRIOS

  1. Prezado Contraponto e prezados leitores,
    Trabalho há muito tempo com biogás e acho que deveríamos nos esforçar para “separar o joio do trigo”: não podemos creditar todos problemas e falhas de um projeto a uma tecnologia conhecida, consagrada e utilizada no mundo todo, a digestão anaeróbia e a produção de energia por biogás.
    É louvável fiscalizar o executivo e as empresas estatais, mas dizer por exemplo que “as bactérias morreram”, como se a tecnologia fosse tecnicamente improvável ou um subterfúgio para gastar dinheiro público numa maluquice não me parece atitude digna de profissionais de comunicação comprometidos com os fatos. Parece mais um ardil jornalístico para fazer o leitor acreditar que o governo e suas empresas gastaram dinheiro num projeto impossível, deliberadamente, para benefício de políticos e dirigentes.
    Seria útil talvez os responsáveis pelo conteúdo do “contraponto” consultassem especialistas na área de biogás para separarem o que é tentativa de desvio de recursos públicos do que é problema técnico/tecnológico de um projeto específico.

    Atenciosamente

  2. Infelizmente as estatais do estado do Paraná, estão sendo mau geridas. Ao invés de cumprir seu papel de desenvolvimento, e cumprindo seu papel social. As mesmas só servem para, dar lucros para poucos.

  3. Concordo com vc Sebastião. Guto Silva é um tremendo de um trambiqueiro. Vasculhem a vida desse tranqueira e vão ver, tsss. só faz lambança por onde passa. Na Sanepar já deve ter metido o dedo pra colocar seus cupimxas pra fazer caixa. Uma boa tarde a todos.

  4. São uns caras de pau mesmo. Jogam nosso dinheiro num investimento de valores altíssimos e por politicagem deixam o projeto morrer assim. Aí vem o rato dizer que é a nova política? Isso é mediocridade. Parem de ENGANAR o povo seus falsos salvadores da pátria.

  5. Isso é só a ponta do iceberg… Copel e Sanepar tem muita coisa obscura. A começar pelo acordo das multas ambientais aplicadas pelo Ibama. Deste acordo respondeu pela Sanepar o doutor Andrei e pelo Ibama o Sr. Júlio. O que aconteceu caros colegas… O tal Dr. Andrei virou diretor jurídico na Sanepar e o Sr. Júlio anteriormente superintendente do Ibama virou diretor de meio ambiente na Sanepar. Isso não caracteriza conflito de interesses MPF …

  6. Esse governador está começando mal sua gestão. Acreditamos na promessa de nova forma de fazer política, mas o que vemos é a velha política de sempre. Cabos eleitorais ocupando cabides de emprego. Na Sanepar não é diferente, vemos vários incompetentes que seguram bandeira do 55 na praça Rui Barbosa sendo agraciados com cargos comissionados. Alguns até tem méritos profissionais mas a maioria é pelego e sequer conhece a empresa… entra como leiturista (sem ofender esses trabalhadores) mas logo após a campanha política querem ser gerentes e tal… uma vergonha descarada embaixo de nossos olhos.

  7. A Sanepar tem um monte pessoas, que só querem receber seus altos salários, sem nenhum compromisso com a empresa e com paga a conta, toda a população. E novamente vem um Governador dizendo que iria mudar. E depois da eleição ganha, muda a prosa e mantém o mesmo grupo a frente da empresa fazendo os mesmo, mandos e desmandos. Cada dia que passa as empreiteiras dominando mais e mais a Sanepar. O conselho é o mesmo das gestões anteriores, e já demonstrou que não estão preocupados com a empresa. Diretores são indicações política. Que está somente defendendo seus interesses, e daqueles que o indicou.
    Dai acontece essa coisas.
    Conforme “Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) mandou a Sanepar a suspender a licitação para contratação de um Sistema Integrado de Gestão Empresarial – ERP, pelo qual pagaria quase R$ 108 milhões. Um dos fundamentos para a determinação foi a contratação de empresa este valor, quando a melhor proposta apresentada foi de R$ 24 milhões, registrando-se uma diferença de 448,33%.
    “As bactérias morreram e a usina de biogás da Sanepar está parada.
    A Sanepar, que inicialmente detinha 40% do capital da usina, investiu mais de R$ 100 milhões no projeto.”
    Somente nesses dois casos, são mais de 200 milhões de prejuízo para os paranaenses.
    Será que dá acreditar em uma gestão seria?

  8. Não nos esqueçamos que eles são contratados por nós. Nós pagamos os salários deles e eles trabalham para nós… além de ser concursado, até o nomeado é nossa responsabilidade. Quem vota no sem vergonha que nao tem conhecimento nenhum de eng de processos ou eng de bioprocessos e que é o “chefe”
    Ai os bozonaristas vem com essa conversa fiada de mérito. Desde quando tem ao menos 10% de nomeados com algum mérito?
    Até a Claudia do Procon, cujos pijamas a fizeram famosa, te quase o pescoço cortado. Foi salva pela imprensa que alertou o povo e o povo meio que falou: ah essa a gente gosta, essa nao… e o camundongo viu que ia ficar mal com o povão..
    Mas falando das amigas bacterias em si, vc veja a falta d emonitoramento que acontece…daí estes mesmos ficam ai Brumadinho , ai a VAle, ai a Samarco, ai a tuv suv…. nosso quintal tá cheio de mato e reclamamaos do vizinho.
    Vc imagina o risco que é trabalhar com o organismos vivos e nao cuidar da coisa….as bacterias terem morrido cidadão, isso vc pode absorver como um golpe de sorte.
    A gente vê o MP contratando via concurso eng quimiico, biologo, médico…sabe Deus quantas outras especialidades…deve estar atolados de e nos processos pq nunca vi estes profissionais em nenhuma representação técnica do MP em nada que uma estatal precise e se vc pede para a promotoria intervir pq alguma estatal esta amarrando informação que devia ser publica, pode pedir, e fique o resto da vida esperando pq promover justiça deve ser em outro setor.

  9. Ora prá que perturbar os nobres deputados e ex deputados com essas misérias. Quem paga a conta é o povão mesmo. A Alep, o TCE, o MPE, a Sanepar com seus nababos diretores e conselheiros, ninguém tem nada com isso, só assistem e esperam o fim do mês. Apurar responsabilidades…isso é coisa de terceiro mundo.

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