O prefeito Rafael Greca aposta na memória curta do povo e escreve no sua página do Facebook as façanhas de sua administração em apoio à cultura.
Não se refere ao cancelamento da tradicional Oficina de Música de Curitiba, às vésperas de realizar sua 35.ª edição anual no início do seu mandato, em janeiro. Criou comoção no meio artístico-musical. A justificativa: “enquanto houver um doente em Curitiba, não haverá música”. A cidade continuou com muitos doentes e ficou sem nenhuma música da Oficina, embora a promessa do alcaide é de que ela seria realizada em julho. O calendário mostra que o mês acaba amanhã, 31. Sem a Oficina.
O carnaval curitibano, que já é pobre, teve verbas cortadas, assim como a promoção da Zombie Walk e as apresentações da “Paixão de Cristo” na Pedreira. Outros eventos culturais aconteceram graças às próprias comunidades envolvidas. Mas Rafael canta o sucesso de todos eles como se tivessem acontecido graças à prefeitura.
Outro acontecimento de grande impacto cultural que não aconteceu em Curitiba teria sido o cumprimento daquela promessa de descobrir onde foram parar os objetos históricos que sumiram misteriosamente do museu Casa Klemtz em 1995, quando o casal Rafael-Margarita governava a cidade. Há quem diga que o acervo foi parar na Chácara São Rafael, em Piraquara. O prefeito diz que não: o que tem lá ele comprou no Mercado Livre ou recebeu de herança.
Uma comissão de sindicância foi instituída para tirar as dúvidas, mas sete meses após a posse de Rafael não se sabe sequer se a comissão ainda existe e está trabalhando.
Enquanto isso, Greca garganteia:
“Temos o bom propósito de multiplicar cultura por toda Curitiba. Com apoio da Prefeitura aconteceram, este ano, o Carnaval, a Zombie Walk, a apresentações da “A Paixão de Cristo”, os 2 grandes Concertos de Páscoa,Coro e Orquestra da Camerata de Curitiba entoando a Paixão Segundo São Mateus, de Bach; as festas pascais Hailka e Swieconka nos Memoriais Ucraniano e Polonês; as festas de 324 anos de Curitiba nas 10 regionais; o Festival Internacional de Graffiti; os encontros de Inovação do Vale do Pinhão. Restauramos a coluna votiva de Nossa Senhora da Luz, vamos começar a despichar a Praça 19 de Dezembro. Entregamos restaurado o Solar Wolf, agora sede do Instituto Curitiba de Turismo. Estamos construindo o complexo cultural Cine Passeio, que trará mais vida ao Centro de nossa cidade, onde a Riachuelo encontra a rua Carlos Cavalcânti. Valorizamos também nossos imigrantes, no programa Pavilhão Étnico, com apresentações folclóricas, músicas e danças no Memorial de Curitiba todos os domingos pela manhã.Neste Domingo tem jazz, street dance e hip hop no palco coberto do Largo da Ordem. O rosto amoroso de Curitiba se reflete na cultura do nosso povo.”