A notícia de que Beto Richa volta para as mãos do juiz federal Sergio Moro em razão das denúncias que o envolvem na Operação Quadro Negro pode acelerar o processo de defenestração da candidatura dele como integrante da chapa de Cida Borghetti.
Fonte próxima da campanha de Cida informa que a decisão pode ser tomada já neste domingo e anunciada na segunda-feira. O raciocínio é pragmático: Cida não quer ser surpreendida durante a campanha com um provável ato de Moro que transforme Beto Richa em reu. Era apenas o que faltava quando, no início de junho, o processo deixou a justiça criminal federal e foi encaminhado à justiça eleitoral, mas agora voltou.
A juíza eleitoral Mayra Rocco Stainsack, que devolveu o processo a Sergio Moro, viu que o assunto não tratava apenas de delito de natureza eleitoral, mas também criminal – como o próprio Moro já argumentava, inconformado, quando teve de abrir mão do julgamento. Ao retomar o processo, Moro pode aceitar a denúncia do Ministério Público Federal e tornar Richa reu a qualquer momento.
Se Richa sair da chapa de Cida para ser candidato “avulso” ao Senado, leva com ele o PSDB, mas dificilmente o DEM e o PSB deixarão a aliança. Deputados federais e estaduais candidatos correm o risco de não se reelegerem se tiveram apenas Richa como “puxador” de votos.